Reforma Agrária Popular
Assembleia Popular no RN denuncia impactos do agronegócio e propõe saídas populares para a crise climática
Durante o III Festival do MST por Terra, Arte e Pão, movimentos populares se reuniram em Natal (RN) para discutir os impactos ambientais do agronegócio e do modelo energético.

Por Comunicação do MST-RN
Da Página do MST
Realizada na manhã deste sábado (8), no auditório Circo Terra, dentro da programação do III Festival do MST por Terra, Arte e Pão e da III Feira Potiguar da Agricultura Familiar e Economia Solidária, a Assembleia Popular em Defesa da Natureza reuniu camponeses, militantes e organizações populares para debater os efeitos da crise ambiental e climática e construir caminhos de resistência e transformação.
Com falas marcadas por fortes denúncias e pela defesa de alternativas populares, Nevinha Valentim, do Movimento dos Atingidos pelas Renováveis (MAR), alertou para os impactos da expansão descontrolada de empreendimentos eólicos, solares e minerários no Rio Grande do Norte. Segundo ela, “se forem construídos todos os projetos em licenciamento, não haverá mais chão para produzir alimentos no estado”. Nevinha criticou o avanço de projetos que consomem grandes volumes de água, como os data centers e o hidrogênio verde em regiões de escassez hídrica. “Estamos diante do mesmo colonialismo extrativista que historicamente explora nossos territórios para abastecer o hemisfério norte”, afirmou.

Já Débora Nunes, da Direção Nacional do MST em Alagoas, destacou que a crise climática não é um fenômeno natural, mas consequência direta da lógica de exploração capitalista sobre a natureza. “Existem responsáveis por essa crise, com CPF e CNPJ. O modelo do agronegócio e da mineração está destruindo biomas como a Caatinga e precarizando a vida de trabalhadores e trabalhadoras tanto no campo quanto na cidade”, denunciou.
Como contraponto, Débora apresentou a Reforma Agrária Popular como alternativa à crise ambiental, baseada na democratização da terra, na soberania alimentar, na agroecologia e na defesa dos bens comuns como caminhos reais para enfrentar as mudanças climáticas e garantir dignidade aos povos do campo, das águas e das florestas.

A atividade integrou uma série de assembleias populares organizadas pelo MST em todo o país, reafirmando o compromisso dos movimentos sociais em construir soluções concretas diante da crise ambiental e climática, que já atinge de forma desigual as populações mais vulneráveis.
“Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis. Pela vida e em defesa da natureza.”
*Editado por Leonardo Correia



