Fim das Violências
25 de novembro: Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres
A data reforça a necessidade de avançar no enfrentamento às violências que atravessam os corpos e territórios das mulheres, especialmente do campo, das águas e floresta

Por Hanyelle Ohane Lima Santos
Da Página do MST
Esta terça-feira, o 25 de novembro não é apenas uma data para marcada no calendário, é um chamado urgente para que sigamos enfrentando as violências que atravessam os corpos e territórios das mulheres, especialmente das mulheres do campo, da floresta e das águas.
Como dizia Lélia Gonzalez “ao reivindicar nossa diferença enquanto mulheres negras, enquanto amefricanas, sabemos bem o quanto trazemos em nós as marcas da exploração econômica e da subordinação racial e sexual. Por isso mesmo, trazemos conosco a marca da libertação de todos e todas. Portanto, nosso lema deve ser: organização já!”
Nos últimos anos, muito já se falou sobre feminicídio, agressões, números alarmantes de violências e sobre as irmãs Mirabal, que originaram esta data, mas hoje queremos ir além do que já foi dito. Queremos olhar para aquilo que muitas vezes não entra nas estatísticas: a violência estrutural que opera onde o Estado não chega, onde as políticas públicas não alcançam e onde o agronegócio avança destruindo vidas e comunidades.
Nas comunidades rurais, a violência não acontece apenas dentro de casa. Ela está também na ausência de saúde, de transporte, de saneamento, de proteção jurídica, na falta de terra para viver e produzir, na sobrecarga de trabalho, no silenciamento das lideranças mulheres e na criminalização de quem luta.
Por isso, neste 25 de novembro, reafirmamos a necessidade de:
- Enfrentar a violência contra as mulheres é defender vida, o território e a dignidade;
- É garantir condições para que cada mulher possa permanecer na terra com autonomia, segurança e liberdade;
- É fortalecer as organizações, redes de apoio e espaços de formação que sustentam a luta cotidiana das mulheres do campo.
Não queremos apenas denunciar, queremos seguir construindo caminhos coletivos para que nenhuma mulher carregue sozinha o peso das violências que atravessam seu corpo e seu território.
Porque quando uma mulher rompe o silêncio, todas avançamos. E quando o território é defendido, a vida floresce.
25 de novembro! Por nós, pelas que vieram antes e pelas que virão!
*Editado por Solange Engelmann



