Educação Popular
1º Curso de Educação e Agroecologia do sudeste reuniu educadores do MST no Espírito Santo
Formação reuniu 50 educadores conectando teoria e prática nos territórios da Reforma Agrária Popular

Visita à Escola Três de Maio. Foto: Divulgação MST
Por Setor de Educação do MST
Da Página do MST
Entre os dias 19 à 25 de novembro, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizaram a primeira turma do Curso Básico de Educação e Agroecologia da Região Sudeste. O curso aconteceu em São Mateus (ES), reunindo 50 educadores e educadoras dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
A formação integra a estratégia nacional de massificação da agroecologia e reafirma o papel estratégico das escolas de educação básica da Reforma Agrária no fortalecimento de práticas agroecológicas nos territórios, bem como no enraizamento dos fundamentos da construção do conhecimento pautados na agroecologia.
Com aulas, vivências e intercâmbios, o curso busca aprofundar o estudo e a prática da agroecologia no cotidiano escolar, reconhecendo que cada escola da educação básica é um espaço estratégico para irradiar e construir conhecimentos, constituindo-se como força viva no território.
Entre os temas trabalhados estão a questão ambiental, educação politécnica e fundamentos teórico-metodológicos para integrar trabalho, sociedade e natureza, contribuíram na formação Maíra Santiago (MG) do Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis; Felipe Camelo do Setor de Formação e da Escola Popular de Agroecologia Egídio Brunetto (BA) e Roseli Caldart, do Setor de Educação do MST.
Articulando teoria e prática, a turma realizou a visita à Escola Três de Maio, no Assentamento Castro Alves, em Pedro Canário (ES). A vivência permitiu aos participantes observar experiências pedagógicas já consolidadas e dialogar com educadores que implementam, no cotidiano, atividades articuladas ao território e à produção agroecológica.
Além da visita, compartilharam suas experiências as escolas: Terezinha de Moura, Assentamento Agrovila I, de Itapeva (SP), Elizabeth Teixeira, de Joaquim Bicas, acampamento Pátria Livre (MG) e a Escola Paulo Damião Tristão Purinha, do Assentamento Sezinio Fernandes de Jesus, Linhares (ES).
Com destaque para o estudo sobre a presença da agroecologia no currículo escolar, a partir de planos de estudo e reflexões sobre os Projetos Políticos Pedagógicos (PPP), a turma debateu a necessidade de avançar na construção de uma educação que promova a agroecologia como eixo articulador de áreas do conhecimento e práticas comunitárias.

Turma Ana Maria Primavesi – Curso Educação e Agroecologia – Região Sudeste. Foto: divulgação MST
A dimensão cultural esteve presente em diversos momentos, em especial com a apresentação da peça de teatro “As veias abertas da América Latina” do grupo Raízes da Terra.
A turma foi batizada com o nome de Ana Primavesi, a homenagem reforça o compromisso do curso com uma matriz educativa vinculada ao cuidado com a natureza e com a produção de alimentos saudáveis.
Os Cursos Básicos de Educação e Agroecologia acontecem desde 2016 na região nordeste e se consolidaram como um importante espaço-tempo formativo, conectando a Pedagogia do Movimento às demandas contemporâneas da questão agrária e ambiental. Sua proposta é ampliar o número de educadores capazes de compreender os desafios atuais da Reforma Agrária Popular e de transformar esse entendimento em prática pedagógica dentro e fora das escolas. Em 2025, já ocorreram na região Sul e Nordeste.
Com atividades que conectam teoria e prática, o curso da Região Sudeste reafirma o seu duplo papel desde fortalecer o coletivo de educadoras e educadores comprometidos com a agroecologia e estimular a construção de linhas políticas de trabalho nas escolas em consonância com a construção da Reforma Agrária Popular e a centralidade que a agroecologia assume no contexto atual.
*Editado por Lays Furtado



