Internacionalismo
Povos do mundo em luta: pela soberania e contra a ofensiva imperialista
Boletim Internacionalista reúne as principais notícias internacionais de novembro

Por Setor de Internacionalismo
Da Página do MST
O mês de novembro consolidou as tendências de um mundo em transformação. No cenário multipolar em formação, as ameaças do imperialismo à soberania, como as vividas pela Venezuela e pelo México, contrastam com a firmeza de movimentos populares e a construção de alianças estratégicas no Sul Global. Na América Latina, a ascensão de candidaturas de esquerda e vitórias soberanas nas urnas sinalizam um refluxo da onda conservadora. Enquanto isso, a resistência palestina segue como um farol de resistencia contra a ocupação sionista, e a crise na Ucrânia entra em uma fase decisiva. Na África e na Ásia, os povos buscam sua autonomia através da cooperação Sul-Sul e da denúncia do colonialismo verde, mostrando que a luta por um mundo mais justo e internacionalista.
Américas: Eleições, Soberania e Conflitos
O continente vive um momento de intensa movimentação política. No Chile, a candidata comunista Jeannette Jara lidera as pesquisas presidenciais com uma plataforma que promete reverter políticas neoliberais e fortalecer os serviços públicos.
No Equador, o presidente Daniel Noboa sofreu sua primeira derrota eleitoral com a aprovação popular da proibição de bases militares estrangeiras, enquanto uma crise de corrupção forçou a renúncia de seu futuro ministro.
Na Honduras, a candidata de esquerda Rixi Moncada apresentou um plano de governo com eixos centrais no combate à pobreza e melhoria dos serviços públicos.
A geopolítica regional permanece tensa. A Venezuela recebe apoio diplomático da Rússia contra ameaças dos EUA e fortalece sua defesa interna por meio de comitês populares, que somam mais de 142 mil em todo o país. O presidente Nicolás Maduro pediu que a população permaneça alerta contra possíveis ataques de sabotagem e cibernéticos. Analistas regionais alertam que um eventual ataque à Venezuela seria uma agressão a todo o Sul Global.
Links: Brasil de Fato, Opera Mundi, Revista Opera, TeleSur.
O Haiti denuncia a ingerência da OEA, acusando-a de aprofundar a crise política e servir a interesses externos. Surge uma campanha para promover o crioulo haitiano como símbolo de resistência anticolonial.
Nos EUA, a eleição de Zohran Mamdani, um socialista democrático, como prefeito de Nova York, sinaliza mudanças na política local.
No México, o movimento “Geração Z” perde força em suas tentativas de desestabilizar o governo. As ações do grupo são caracterizadas como uma tentativa de “golpe brando” orquestrada pelo imperialismo estadunidense.
Historicamente, o “Não” à ALCA há 20 anos segue sendo celebrado como um marco da soberania latino-americana, um ponto de virada que impediu a consolidação da hegemonia dos Estados Unidos sobre a região.
África: Conflitos, Soberania e Resistência
Em Burkina Faso, o país avança em sua autonomia com a produção de carros 100% elétricos movidos a energia solar, desenvolvidos com apoio chinês, enquanto a agroecologia é defendida por Blandine Sankara como uma forma de resistência política e de descolonização.
No Sudão, o conflito é descrito como uma “guerra mundial” devido aos múltiplos interesses internacionais em jogo, com negociações de paz frágeis que frequentemente não conseguem se sustentar.
Ásia: Cooperação no Leste e Conflitos no Oeste
Enquanto a China se consolida como um pólo de articulação, sediando Fórum do Sul Global que discutiu multipolaridade e recebeu dirigentes do MST para troca de experiências em reforma agrária, a Palestina segue imersa em grave conflito. A ocupação israelense intensifica a violência, com relatos de roubo de colheitas por colonos na Cisjordânia e ofensivas militares em Gaza que violaram cessar-fogo. A resistência cultural palestina se mantém como pilar fundamental para a preservação da identidade nacional.
Ucrânia: Guerra e Crise Interna
O presidente Volodymyr Zelensky enfrenta uma dupla pressão. Internamente, seu governo lida com uma crise de legitimidade, marcada por protestos de rua. Externamente, sinalizou publicamente uma abertura para ceder a um plano de paz proposto por Donald Trump.
Crise ambiental e as falsas soluções
Os rascunhos iniciais para a COP30 são criticados por omitir temas cruciais como transição energética e financiamento. Paralelamente, alerta-se contra o “colonialismo verde”, denunciando que mecanismos como os mercados de carbono impõem políticas externas sobre os territórios do Sul Global.



