Educação

Escola Técnica Luana Carvalho realiza a 1ª Feira de Ciências e Agroecologia

Estudantes da ETALC, em Ituberá-BA, realizaram a primeira Feira de Ciências e Agroecologia, apresentando experiências e pesquisas desenvolvidas pelos estudantes

Foto: Comunicação do MST-BA

Por Zuzanna Jaegermann
Da Página do MST

Nos dias 27 e 28 de novembro, realizamos na Escola Técnica em Agroecologia Luana Carvalho – ETALC a primeira Feira de Ciências e Agroecologia, protagonizada pelos(as) estudantes do ensino médio. Os(as) estudantes apresentaram trabalhos que foram frutos do processo interdisciplinar iniciado no ano letivo de 2025, que consistiu em uma pesquisa de aprofundamento do Inventário da Realidade de 2024 em três comunidades diferentes: “Trabalho e geração de renda”, no assentamento Joseney Hipólito; “Uso de agrotóxicos”, na comunidade Guadalupe; e “Usos e acessos à água”, na comunidade Karim.

Foto: Comunicação do MST-BA

Os trabalhos consistiram em um diagnóstico inicial nas comunidades, estudo teórico sobre os resultados e intervenção comunitária envolvendo tecnologias sociais. Entre os experimentos apresentados, destacaram-se os microrganismos eficientes (EM) como alternativa ao uso de agrotóxicos e filtros de água feitos com garrafas PET, evidenciando a importância da mata ciliar para a preservação das nascentes.

O tema da Agroecologia foi reforçado nos espaços dos núcleos produtivos da Escola. O núcleo de Agroecologia apresentou a exposição do sistema PAIS, do viveiro e do Plano Nacional Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis, além de oferecer oficinas de produção de mudas. O núcleo do Laboratório apresentou a experiência do beneficiamento de plantas medicinais e a produção de fitoterápicos e óleos essenciais, além de demonstrar algumas tecnologias sociais e processos de beneficiamento.

Foto: Comunicação do MST-BA

A mesa de debate “Tecnologias sociais, agroecologia e desenvolvimento territorial”, com a participação de Carlos Adriano da Silva Oliveira (UFRB), Tássio Ribeiro Lopes (UNEB) e Sheila Assunção (MST), somou-se a essa construção, destacando o reconhecimento do trabalho desenvolvido pela ETALC.

Durante a atividade, foram comemorados os 10 anos da ETALC, que se transformaram no tema central de uma das salas, reunindo diversas memórias e histórias vividas ao longo da trajetória desta primeira década da Escola, evidenciando o processo de luta, as transformações do entorno escolar e as atividades desenvolvidas desde 2015.

A mesa de debate “10 anos da ETALC: lutas, conquistas e resistências” reuniu sujeitos importantes dessa trajetória, como Obede Guimarães de Souza (coordenação da ETALC 2015-2019, MST), Sintia Paula dos Santos Carvalho (setor de educação da Bahia, MST), Sara Silva Almeida (egressa da ETALC, MST) e Ronaldo dos Santos Carvalho (professor da ETALC 2015-2023 e irmão de Luana Carvalho, MST). O diálogo proporcionou diversas trocas de conhecimentos, além de momentos de muita emoção. Não podemos deixar de destacar a homenagem feita à nossa querida Luana Carvalho, jovem militante que dá nome à escola, na presença de sua família.

Foto: Comunicação do MST-BA

Apesar da chuva, conseguimos reunir mais de 200 visitantes, entre estudantes e equipe da ETALC, da EMEF Ojefferson Santos (F1 e F2), dos cursos de Aquicultura, Pedagogia e Direito da UNEB – campus Valença, da LEDOC – CFP/UFRB, agricultores(as) de assentamentos e comunidades, direção do MST, coordenação da educação escolar quilombola de Ituberá, Fórum da Educação do Campo do Baixo Sul, COOPERMATA, além dos(as) debatedores(as) convidados(as).

Foto: Comunicação do MST-BA
Foto: Comunicação do MST-BA

Foram dois dias intensos, de muita riqueza de saberes, trabalho coletivo e mística, que reafirmaram o lugar da escola como espaço de produção de conhecimento e organização popular. A atividade reforça também a Agroecologia como matriz tecnológica e de vida na construção da Reforma Agrária Popular, em suas dimensões de ciência, prática social e luta.

*Editado por Leonardo Correia