Integração coletiva
MST realiza final da 2ª Copa Estadual da Reforma Agrária, em Salvador
Iniciativa reúne equipes femininas e masculinas de diversas regionais do estado e reafirma o esporte como ferramenta de luta, formação política e integração coletiva

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST
A militância Sem Terra baiana entra em campo, nesta segunda-feira (15), na final da 2ª Copa Estadual da Reforma Agrária da Bahia, no campo do CTN, em Itapuã, Salvador. A iniciativa, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), reúne equipes femininas e masculinas de diversas regionais do estado, reafirmando o esporte como ferramenta de luta, formação política e construção coletiva de lazer e bem viver.
Segundo Davi Pedroso, da direção estadual do MST e integrante da comissão organizadora da Copa da Reforma Agrária, o torneio é resultado de um processo iniciado ainda no mês de outubro. “Estamos de outubro realizando os torneios da Copa nas brigadas, depois nas regionais, e agora chegamos à etapa estadual, com as seleções disputando o título. Temos times das dez regionais organizadas pelo MST, com jogadores e jogadoras que chegam com muita mística e organização”, afirma ele. E complementa que a iniciativa fortalece o debate sobre o esporte como ferramenta fundamental para a formação política e ideológica, “além de contribuir para a formação de novos quadros que assumem tarefas políticas na nossa organização.”
A grande final é fruto de um amplo processo de organização nas regionais, que envolveu, ao longo dos últimos meses, jogos eliminatórios realizados em assentamentos e brigadas. Em cada etapa, as famílias Sem Terra se mobilizaram para garantir a participação das equipes, fortalecendo as práticas esportivas e reafirmando o esporte como parte da vida coletiva nos assentamentos e acampamentos.


Para Cristina Costa, da frente de Esporte do MST na Bahia, o gramado representa muito mais do que uma competição esportiva. “Aqui vemos muito mais do que atletas. Vemos militantes, companheiros e companheiras de todas as regiões da Bahia, que entram em campo levando a identidade Sem Terra também para os gramados. Nossa luta é pela Reforma Agrária Popular, e ela acontece nos roçados, nas marchas, nas ocupações e hoje se expressa também no esporte, na integração e no lazer”, destaca.
Com a participação ativa de equipes femininas e masculinas, a Copa reafirma o compromisso do MST com a igualdade de gênero e o protagonismo das mulheres nos espaços de luta e organização. Dentro e fora de campo, o torneio promove valores como solidariedade, cooperação e disciplina coletiva, fundamentais para a construção do projeto popular no campo e cidade.


Para as próximas edições, a expectativa é ampliar a Copa para outras modalidades esportivas, fortalecendo ainda mais o esporte como dimensão estratégica da organização popular. Mais do que uma competição, a 2ª Copa Estadual da Reforma Agrária reafirma que o esporte é parte da luta do povo Sem Terra, contribuindo para a organização, a formação política e a unidade da classe trabalhadora do campo.
*Editado por Solange Engelmann



