Cerca de 100 mil ocupam a Paulista pela Constituinte e em defesa da Petrobras
Da Página do MST
Cerca de 100 mil pessoas, segundo os organizadores, tomaram a Avenida Paulista na tarde desta sexta-feira (13). Elas participam de um ato político convocado por centrais sindicais, movimentos sociais e organizações da estudantis e da juventude. A pauta dos manifestantes é a defesa da Petrobras, da reforma política através de uma Constituinte Exclusiva e da retirada das Medidas Provisórias (MP) 664 e 665, que retiram direitos trabalhistas. A Polícia Militar de São Paulo estimou em oito mil manifestantes. Mobilizações similares ocorreram em diversas cidades em todo o Brasil. A unidade entre os diversos movimentos e organizações foi um ponto ressaltado pelos presentes.
“É papel dos trabalhadores e trabalhadoras se unirem, para impedir retrocessos e garantirmos mais direitos e mais avanços pro conjunto do nosso povo”, apontou Vic Barros, presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Como um das bandeiras do ato é a denúncia das tentativas de privatização da Petrobras, o protesto começou simbolicamente em frente ao prédio da empresa. “Paralisar a Petrobras é um crime contra o povo brasileiro. Os trabalhadores estão nas ruas para defender os interesses do povo”, disse João de Moraes, diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Os trabalhadores da estatal denunciaram os interesses em jogo relacionados às investigações sobre a empresa que atualmente ocorrem. Segundo eles, o combate a corrupção tem servido como pretexto para o enfraquecimento da companhia. “Tem sim que prender os corruptos. Mas usam isso para abrir as portas a escritórios norte americanos terem informações confidenciais. Não estão investigando denúncias, estão roubando a nossa tecnologia de perfuração em águas profundas”, afirmou Cibele Vieira, também da FUP.
Um dos eixos de reivindicação dos manifestantes é justamente a necessidade de uma reforma política para o combate a corrupção e a impunidade de forma estrutural. A relação entre políticos corruptos e empresas privadas corruptoras foi destacada. “Quem cometeu crimes deve ser punido, mas, para acabar com a corrupção, temos que defender a reforma política, alterar o financiamento privado de campanha e a representatividade do Congresso”, defendeu Gilmar Mauro, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O atual pacote de medidas no plano da política econômica também foi lembrado. O ajuste fiscal defendido pelo governo federal foi criticado, assim como as propostas de retirada de direitos. “Os trabalhadores precisam continuar na rua para que a presidenta Dilma retire as MPs 664 e 665. É preciso que se faça uma imediata reforma política nesse país”, pontuou Adi dos Santos Lima, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de São Paulo.
Ocorreram atos com o mesmo conjunto de pautas em mais 17 estados do país (AL, AP, BA, CE, DF, GO, MA, MG, MS, MT, PB, PE, PR, RJ, RN, SC, SE.). No total, 22 cidades no Brasil tiveram manifestações em defesa das mesmas pautas.