Juventude Sem Terra do Nordeste realiza curso de formação política
Da Página do MST
Pensar a organização política e a gestão das tarefas da cultura, comunicação e juventude dentro do MST perpassa pela construção de debates em torno das questões sociais que visam a transformação social.
Esse pensamento foi que permeou a primeira etapa do Curso dos Setores de Comunicação, Cultura e Juventude do MST, realizado entre os dias 23 a 29 de abril, no Centro de Formação Paulo Freire, em Caruaru, Pernambuco.
O curso reuniu 30 militantes de sete estados do nordeste e construiu linhas políticas organizativas de acordo com as realidades.
Além disso, fortaleceu a unidade do coletivo a partir dos debates sobre a diversidade racial, religiosa, cultural e de gênero.
“Temos a necessidade concreta de formar nossos militantes, principalmente aqueles que integram a comunicação e a cultura. Nossa ideia com este curso é projetar outros sujeitos para assumir tarefas e atuar nas atividades que os coletivos e a organização têm demandado”, explicou Ana Emilia, do coletivo de cultura do nordeste.
Nesta primeira etapa, os militantes estudaram como funciona a sociedade, a questão agrária no nordeste e problematizaram os pontos que envolvem o debate em torno da cultura e comunicação.
O estudo apontou também as realidades de cada estado, e possibilitou trazer elementos para pensar o processo de luta e o debate agrário.
Comunicação, cultura e juventude
De acordo com Gustavo Marinho, do setor de comunicação de Alagoas, o curso foi pensado para integrar os jovens militantes que estão com a tarefa da comunicação, cultura e juventude no nordeste, e este método organizativo adotado nos estudos é a base para se pensar a construção de linhas de atuação nos estados.
“Nesta etapa estamos propondo planejar tarefas práticas e teóricas que atualizem a militância do contexto político histórico social e o avanço do capitalismo no campo. Temos a preocupação também de ocupar os teatros e os cineclubes como espaços de formação artística dentro de nossos princípios pedagógicos” aponta Marinho.
O coletivo de comunicação, cultura e juventude no nordeste está realizando diversas avaliações com o objetivo de propor mecanismos que possibilitem o processo de formação da militância e o fortalecimento dos setores nos estados.
Neste contexto, Ana Emilia acredita que os setores possuem fragilidades no nordeste, e que o curso é visto como uma ferramenta de formação e fortalecimento do debate dos setores dentro do MST.
“Queremos formar novos militantes e qualificar a intervenção dos que já estão nas instâncias para que possamos avançar gradualmente na condição de fortalecer os três coletivos” enfatiza.
As atividades e estudos do curso vão acontecer em mais duas etapas.
No próximo espaço, a juventude propõe aprofundar os estudos no programa agrário do MST e o fortalecimento dos coletivos com oficinas de agitação e propaganda, teatro do oprimido, audiovisual e stencil.
Ao avaliar todo o processo, Sebastião Lopes, do coletivo de comunicação da Bahia, acredita que o curso está sendo uma forte ferramenta que garante a inserção e a participação da juventude na luta.