Via Campesina propõe nacionalização do Programa Camponês ao MDA
Da Página do MAB
Representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que integram a Via Campesina, com o apoio da Federação Única dos Petroleiros e Federação dos Metalúrgicos, apresentaram nesta quarta-feira (09), em Porto Alegre (RS), a experiência do plano de agricultura camponesa baseado na agroecologia no estado, para o Secretário da Agricultura Familiar, Onaur Ruano, do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA).
No mês de março, o ministro Patrus Ananias recebeu dos movimentos sociais a proposta da política nacional camponesa e, na ocasião, foi criado um Grupo de Trabalho para avaliar as adaptações necessárias para a implementação do programa em âmbito nacional. De acordo com o representante da Via Campesina e militante do MPA, Marcelo Leal, a proposta apresentada ao MDA propõe a consolidação de um programa de produção e consumo de alimentos saudáveis e a criação de um mercado socialmente regulado nacionalmente.
A nacionalização do Plano Camponês é uma pauta da Via Campesina Brasil com o apoio de diversas entidades e sindicatos do meio urbano, que está sendo construída a partir de muitos debates e estudos sobre a realidade do campo brasileiro. Além de afirmar o campesinato como sujeito político, apresenta um conjunto de ações econômicas, políticas e culturais que traduzem concretamente os objetivos do movimento: produção de comida saudável e qualidade de vida no campo.
O representante do MDA, Onaur Ruano, sugeriu a criação de um Grupo de Trabalho Nacional para debater as propostas apresentadas com representação dos movimentos sociais do Rio Grande do Sul, mas principalmente envolver as organizações sociais dos demais estados brasileiros onde existe atuação da Via Campesina.
Entenda o Programa Camponês do Rio Grande do Sul:
Em 2013, o governo Tarso Genro destinou 100 milhões de reais para a implementação desse programa no Rio Grande do Sul, beneficiando cerca de 8 mil famílias no estado, com recuperação de solos, estufas para transição agroecológica e controle biológico. Entre outras medidas, o programa desburocratiza o crédito, fortalece o sistema cooperativo e permite ao agricultor diversificar a produção e fazer a transição agroecológica.
A construção do programa no Rio Grande do Sul não envolveu apenas organizações do campo. Trabalhadores do setor metalúrgico, movimentos populares e de juventude se somaram aos movimentos da Via Campesina em torno da proposta. A ideia é construir políticas não relacionadas apenas à produção, mas também à melhoria da qualidade de vida no campo.