Trabalhadores da ATER ocupam Incra e questionam debilidades do órgão

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

Na manhã desta segunda-feira (11), profissionais de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), contratados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ocuparam a superintendência do órgão em Maceió (AL).

Os trabalhadores são vinculados ao Centro de Capacitação Zumbi dos Palmares, entidade contratada por meio de chamada pública para prestação de serviços a assentamentos rurais.

Os profissionais, que estão sem receber seus salários há três meses, exigem respostas da superintendência sobre o convênio da ATER iniciado desde abril de 2014.

Além das questões salariais, eles também cobram as providências sobre a continuidade do convênio e denunciam o processo de precarização e sucateamento do órgão.

Para Franqueline Terto, assistente social, essa é uma ação para denunciar o descaso que a equipe está vivendo.

“Ocupamos o prédio para demarcar nossa insatisfação com a política de assistência técnica, que não é priorizada e que está sendo baseada na terceirização. Estamos com três meses de atraso, mas em outros momentos já estivemos com atrasos maiores”.

Com cartazes, palavras de ordem e apitos, os manifestantes levaram um bolo até a sala da superintendente, Lenilda Lima, em “descomemoração” aos meses de atraso. Os servidores exigem uma reunião com a gestão do Incra.

“Estamos recebendo de forma trimestral e chegando ao nosso limite, e isso compromete diretamente o funcionamento do programa de assistência técnica”, destacou Adalberto Souza, gestor ambiental.

Atualmente, o Centro Zumbi presta serviço de ATER em assentamentos de 23 municípios do estado de Alagoas.

“Os agricultores estão lá na ponta esperando resultado, e essa burocracia e atrasos nos amarra”, avalia Denysson Marques, técnico em agropecuária.