Ministro Patrus Ananias reafirma compromisso de assentar as 120 mil famílias acampadas

Gilmar Mauro, do MST, não poupou críticas em relação à morosidade com a Reforma Agrária. "O que podem esperar de nós é a luta, o povo organizado sendo sujeito de sua própria conquista".

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Por Maura Silva
Da Página do MST

Nesta quinta-feira (25), centenas de militantes do MST, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (FAF/CUT-SP) se reuniram na quadra dos bancários, em São Paulo, para uma reunião com representantes do governo federal.

O ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Patrus Ananias, e o Secretário Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, foram uma das pessoas presentes para debaterem uma série de reivindicações dos movimentos.

Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST, apresentou a necessidade de uma produção sustentável, com a agroecologia aliada à tecnologia.

“Por isso, um plano nacional Reforma Agrária é tão necessário. É inimaginável um governo popular que não tenha um plano de Reforma Agrária. E sem enfrentamento de latifúndio, sem desapropriações não existe Reforma Agrária. Estamos em São Paulo que é o retrato da falta de avanços, temos famílias que estão há mais de 10 anos acampadas aqui na região”, disse o Sem Terra.

Ao ser questionado sobre a promessa da presidenta Dilma Rousseff sobre um programa de Reforma Agrária a ser apresentado no prazo de 30 dias, Ananias disse que “a Reforma Agrária depende do governo como um todo e da pressão legal e democrática também sobre as gestões estaduais e municipais”.

O ministro afirmou que a meta é assentar as 120 mil famílias acampadas em todo o país até o final do governo Dilma.

Sobre os rumos do atual governo, o ministro ressaltou que é importante que o PT faça “uma autocrítica, um exame de consciência individual e coletivo” sobre si próprio.

“Estamos expostos às fragilidades da condição humana, por isso é importante ter sempre a vigilância constante e a construção permanente de valores e virtudes que superem os limites do ser humano”, concluiu.

Núcleo Colonial Monção

O presidente em exercício do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Leonardo Góes, apresentou uma proposta concreta que há tempos é reivindicado pelos camponeses.

Segundo Góes, a ideia é arrecadar os 40 mil hectares de terras públicas griladas no Núcleo Colonial Monção, entre os municípios de Iaras, Borebi e Lençóis Paulista, no interior do estado de São Paulo.

Uma destas áreas é a Fazenda Santo Henrique, pertencente a empresa Cutrale, uma área de 2,6 mil hectares grilada pela empresa sucocítrica e ocupada inúmeras vezes pelos Sem Terra.

Para este e outros casos, Góes ressaltou a união entre o Incra, Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e Advocacia-Geral da União (AGU) para avaliar processos judiciais em curso.

Entretanto, Gilmar Mauro não poupou críticas em relação à morosidade do atual governo com a Reforma Agrária. “O que podem esperar de nós é a luta, o povo organizado sendo sujeito de sua própria conquista”.