Após jornada de lutas, MST volta a se reunir com Incra e SDR no RS

A reunião com o objetivo de dar continuidade às tratativas sobre demandas das famílias assentadas e acampadas no estado.

 

Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST

 

Uma comitiva formada por 30 Sem Terra se reuniu nesta quinta-feira (10), com o superintende do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Rio Grande do Sul (Incra/RS), Roberto Ramos, e o secretário Estadual de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo (SDR), Tarcísio Minetto.

 

A reunião com o objetivo de dar continuidade às tratativas sobre demandas das famílias assentadas e acampadas no estado, aconteceu após a Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, realizada na primeira semana do mês de agosto.

Entre os assuntos abordados na reunião está a regularização de lotes, a liberação de créditos do Apoio Inicial e Fomento Mulher, a perfuração de poços artesianos em assentamentos e a destinação de áreas do estado para a Reforma Agrária. Estas demandas também foram discutidas em audiências com o Incra/RS e a SDR nos dias 2 e 3 do mês passado, integrando a pauta de luta do MST no RS.

Termo de Cooperação Técnica

Na reunião de ontem, o Incra e a SDR celebraram um Termo de Cooperação Técnica, com o objetivo de integrar e potencializar ações relativas à Reforma Agrária.

Sem envolver transferência de recursos, o documento prevê a colaboração entre as duas instituições em atividades que envolvem desde a obtenção de áreas até a execução de obras.

Através da cooperação, a SDR poderá adotar os editais públicos de seleção de famílias, utilizados pelo Incra, atendendo reivindicação do movimento.

A previsão é que as duas entidades divulguem conjuntamente os lotes disponíveis em assentamentos estaduais e federais, assim como selecionem os candidatos no mesmo processo, padronizando os critérios de acesso à Reforma Agrária.

Segundo Adelar Pretto, da coordenação estadual do MST, há a compreensão por parte do movimento de que, desde a jornada, a SDR e o Incra avançaram dentro de suas limitações, uma vez que o RS e o Brasil vivem uma crise econômica, porém não descartou a possibilidade de novas ações caso ocorra paralisação dos avanços, principalmente em relação às demandas nacionais.

“Demos passos importantes aqui no estado para a Reforma Agrária mas, até o momento, em nível nacional não há nada concreto e nós não podemos ficar de braços cruzados. É um momento difícil, ocupamos mais de dez ministérios e nos reunimos com cinco ministros na última jornada e até agora não vimos evolução. Precisamos ir para cima, fazer algo”, declarou Pretto.