Após curso de formação, Sem Terra têm o desafio de seguir na luta pela Reforma Agrária
Por Gustavo Marinho
Da Página do MST
Cerca de 40 militantes Sem Terra de diversas regiões de Alagoas concluíram mais uma turma do Curso Básico Estadual de Formação de Militantes, no Centro de Formação Zumbi dos Palmares, na Zona da Mata do estado.
Foram 15 dias dedicados ao estudo, à formação política e à produção do conhecimento. A turma contou com a participação de uma militância dos mais novos acampamentos do estado, frutos das últimas jornadas de lutas do Movimento, além de uma expressiva participação de jovens acampados e assentados.
Para José Neto, da Coordenação Político Pedagógica (CPP) do Curso, esse é mais um importante passo no fortalecimento da militância do MST em Alagoas.
“Numa conjuntura tão desafiadora como a que estamos vivendo, é fundamental que nossa militância esteja preparada para seguir coerente e comprometida com a luta”, destacou.
Durante os dias de curso, os Sem Terra debateram desde o funcionamento da sociedade capitalista aos desafios da luta pela Reforma Agrária Popular na atualidade.
“Terminamos o Curso com o desafio de seguir a luta e a construção da Reforma Agrária Popular. Todo o processo de estudo que tivemos nos faz compreender a estrutura dessa sociedade e o nosso papel na tarefa de transformar esse sistema”, ressaltou Neto.
Ana Paula, do Acampamento Patativa do Assaré, no município de Maragogi, Litoral de Alagoas, ressaltou a importância da formação para a firmeza nos próximos passos na luta pela terra no estado.
“Conhecemos a história do nosso Movimento e saímos daqui com o compromisso de continua-la cada vez mais forte”, comentou.
Cultura de Resistência
Durante os dias de Curso, os Sem Terra também utilizaram das linguagens da comunicação e da cultura como ferramentas de luta e resistência contra hegemônica. Foram muitos poemas, rap, samba, teatro e programas de rádio produzidos pelos educandos, representando a luta pela Reforma Agrária Popular e pela transformação da sociedade.
Elaine Santos, do Coletivo de Juventude e acampada no município de Atalaia, falou do papel desses elementos no fortalecimento das lutas.
“Muitas vezes, conseguimos aprender e ensinar de maneira mais eficiente utilizando essas ferramentas. No curso exploramos nossa criatividade e acabamos nos surpreendendo. É disso que a gente precisa para seguir nossa jornada”, declarou Elaine.
Turma Jaelson Melquíades
A turma levou o nome do Sem Terra, Jaelson Melquíades, assassinado na cidade de Atalaia por pistoleiros a mando dos latifundiários da região.
Aos 25 anos, Jaelson foi morto numa emboscada quando saía de um dos acampamentos no município. Mesmo com mandantes e executor sentenciados, o caso segue impune.