No extremo sul da Bahia, famílias Sem Terra resistem as constantes ameaças

Os trabalhadores afirmam que a propriedade de 600 hectares é improdutiva e possui uma serie de pendências legais junto ao poder público, “por isso precisa ser desapropriada para fins de Reforma Agrária”.

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Do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Cerca de 100 famílias Sem Terra do Acampamento Padre José, localizado na fazenda Planície, em Itanhém, estão sobre constantes ameaças de despejo realizadas pelo proprietário da fazenda, Jorge Afonso, e seus representantes.

Na manhã do dia 13 de outubro, a Polícia Militar (PM) chegou no acampamento com uma liminar emitida pelo poder judiciário obrigando a saída dos trabalhadores, que por sua vez se recusaram abandonar seus lares e a produção.

“Compreendemos e respeitamos o trabalho da PM. Sabemos que eles estão cumprindo as ordens judiciais. Entretanto, resistimos porque já não podemos aceitar que os latifundiários da região dominem e explorem as famílias”, denunciou os Sem Terra.

 

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Como resultado desta resistência as famílias exigiram uma reunião ainda nesta semana com representações públicas do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA) para estudarem uma solução.

Os trabalhadores afirmam que a propriedade de 600 hectares é improdutiva e possui uma serie de pendências legais junto ao poder público, “por isso precisa ser desapropriada para fins de Reforma Agrária”.

Além disso, denunciaram a existência de práticas violentas por parte do proprietário na região, em coagir os trabalhadores e fazerem desistir da lutar pela terra. 

Antônio de Oliveira, trabalhador Sem Terra, explica que desde o início do acampamento, em abril, o proprietário vem realizando diversas ameaças, chegando até soltar o gado dentro das plantações das famílias e ocasionando prejuízos. 

O proprietário possui mais nove grandes fazendas na região. Toda essa concentração de terra não garante o desenvolvimento econômico dos moradores de Itanhém e nem tão pouco dos trabalhadores da fazenda, já que o município é considerado uns dos mais pobres da região, segundo o IBGE.