Assentados planejam produção de hortas orgânicas para os próximos anos no RS

Grupo gestor discutiu a melhoria da qualidade dos alimentos e a inserção de mais famílias nesse tipo de cultivo.

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Catiana de Medeiros
Da Página do MST

Cerca de 80 assentados e assentadas da Reforma Agrária do Rio Grande do Sul participaram da reunião do Grupo Gestor das Hortas, Frutas e Plantas Medicinais da região Metropolitana de Porto Alegre, na última quinta-feira (5).

A atividade aconteceu no Assentamento Integração Gaúcha, em Eldorado do Sul, e envolveu coordenadores da Cooperativa de Trabalho em Serviços Técnicos (Coptec) e produtores dos municípios de Nova Santa Rita, Eldorado do Sul, Viamão e Encruzilhada do Sul.

Além da avaliação dos últimos dois anos e o planejamento da produção para o próximo período, os agricultores discutiram a comercialização por meio dos programas de Aquisição de Alimentos (PAA)  e Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e em feiras; certificação orgânica OPAC e OCS-Coceargs; organização da produção em cooperativismo e manejo.

 

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Os assentados e assentadas também socializaram experimentos naturais que realizam em suas hortas e que contribuem para a qualidade do solo e dos alimentos, como o uso de pó de rocha e casca de arroz, entre outras iniciativas agroecológicas.

Para este últimos dois anos, o grupo gestor tinha estabelecido como meta potencializar a diversificação de alimentos livres de agrotóxicos, a fim de garantir o autossustento das famílias e renda através da comercialização em feiras, PAA e PNAE, assim como a produção de mudas, sementes e adubos orgânicos.

Também estava entre os objetivos para 2014 e 2015 o avanço na agroindustrialização e o aumento de 20% de famílias da região Metropolitana nos grupos de hortas e em programas de comercialização. Hoje, há cerca de 400 famílias vinculadas ao PAA e ainda este ano deve ser inaugurada uma agroindústria vegetal em Nova Santa Rita.

“Nossa avaliação é positiva em relação ao que foi proposto e o que nós conseguimos construir. Aumentou a participação das famílias no cultivo, principalmente de alguns assentamentos que não estavam incluídos em programas de apoio à comercialização. Com todas as conquistas, ainda há espaços para avançar através da nossa organização coletiva na produção. Estamos no caminho certo”, declara o dirigente estadual do MST, Valcir de Oliveria.

Novas metas

Para tornar cada vez mais viável a participação das famílias na produção de hortas orgânicas, o Grupo Gestor das Hortas, Frutas e Plantas Medicinais já iniciou o planejamento da produção para os próximos dois anos.

Na reunião de ontem, os agricultores discutiram em grupos alternativas que podem ser implantadas para melhorar a qualidade dos alimentos orgânicos e aumentar a inserção de famílias nesse tipo de produção.

“As famílias têm interesse em continuar no cultivo e estamos trabalhando para dar um salto na comercialização e qualidade dos nossos produtos. Para isso, temos o desafio permanente de fazer com que a agroecologia não seja apenas uma questão de renda, mas também um modelo de vida dos assentados e assentadas da reforma agrária”, explica o coordenador do grupo gestor, Marcos Santos.

Nos próximos dias, agricultores e representantes da Cooperativa dos Trabalhadores de Assentamentos da Região de Porto Alegre (Cootap), Emater/RS e Coptec irão sistematizar os apontamentos feitos pelos assentados e assentadas e projetar metas e ações a serem executadas nos anos de 2016 e 2017.