Trabalhadores apontam os desafios da agroecologia na Bahia
O objetivo do encontro foi fortalecer a identidade Sem Terra e avançar no enfrentamento ao agronegócio
Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST
Cerca de 350 trabalhadores Sem Terra realizaram entre os dias 16 e 17/11 o 3º Encontro da brigada Nelson Mandela, em Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia.
Com místicas, intervenções e rodas de conversa, o encontro cumpriu o objetivo de fortalecer a identidade Sem Terra e avançar na construção da agroecologia, que é a base de um instrumento de enfrentamento ao agronegócio e aliada na construção da Reforma Agraria Popular.
Durante o encontro, os trabalhadores avaliaram as lutas realizadas no ano de 2015 e priorizaram a formação política a fim de fortalecer a unidade e avançar na organicidade.
Para isso, estudaram os desafios organizativos do MST, o processo de construção da Reforma Agrária Popular, o fortalecimento da produção e a sustentabilidade.
De acordo Delvanir Gomes, acampada, o encontro trouxe elementos importantes para se pensar a dimensão das práticas agroecológicas já realizadas no acampamento.
“A produção de alimentos faz parte do nosso dia a dia e muitas vezes não refletimos sobre a realidade que vivemos ou até mesmo, sobre o modo de produção que adotamos. O encontro nos permitiu pensar sobre isso”, explicou Gomes.
“Agroecologia é um modo de vida”
Para, José Mota, da direção estadual do MST, a agroecologia é um debate que precisa ser feito e construído a partir das práticas vividas pelas famílias, desenvolvendo o conhecimento e compreendendo todo o processo como um modo de vida e não como uma mera alternativa econômica.
“Diante de todos os desastres ambientais e sociais que estamos vivendo não é possível continuar com o modo de produção capitalista que só visa o lucro e que mata cada vez mais a biodiversidade, com agrotóxicos e destruição da natureza”, afirmou.
“A agroecologia é um modo de vida onde as pessoas vivem em perfeita harmonia com a natureza, respeitando o meio ambiente e protegendo as gerações futuras”, concluiu Mota.
O encontro se encerrou apontando a necessidade de continuar na linha do debate agroecológico, priorizando a formação, para construir uma metodologia onde as famílias possam continuar desenvolvendo os caminhos para fazer uma agricultura viável, respeitando o ser humano e a natureza.