Feira da Reforma Agrária é declarada patrimônio cultural do povo carioca
Por Vanessa Ramos
Da Página do MST
A Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes, realizada desde 2013 na cidade do Rio de Janeiro, foi reconhecida como de interesse cultural e social para a cidade, a partir da Lei 5999/2015, de iniciativa do deputado Renato Cinco (PSoL).
Para celebrar esta conquista, os Sem Terra já marcaram a 7° edição da Feira, que acontecerá entre os dias 7 a 9 de dezembro no Largo da Carioca, no centro do Rio de Janeiro. Serão comercializadas mais de 70 toneladas de alimentos, com diversas variedades de produtos vindos das áreas de assentamentos da Reforma Agrária.
A diversidade dos alimentos surpreende os que passam pela Feira: quantas vezes pensamos nas outras possibilidades de arroz para além do branco? A Feira será composta por arroz e suco de uva integral, frutas, polpas de frutas, feijões, como o vermelho e de corda, sucos, legumes, verduras, produtos derivados de cana-de-açúcar, como açúcar mascavo e melado, além de ervas medicinais.
A estimativa é que cerca de 150 agricultores do estado, além de representações de outros demais estados do sudeste, estejam presentes no evento, divulgando produções in natura e industrializadas.
A feira contará ainda com a participação do setor de saúde do MST, que mostrará a produção de fitoterápicos e cosméticos dos assentamentos.
Quem vier ao Largo da Carioca também encontrará uma vasta programação com shows, intervenções culturais e oficinas de formação com temas relacio0nados aos agrotóxicos e os impactos na saúde humana.
Feira Cícero Guedes
A feira estadual da Reforma Agrária no Rio de Janeiro foi batizada com o nome “Cícero Guedes”, em homenagem ao agricultor e militante do MST assassinado por pistoleiros no dia 25 de janeiro de 2013, nas proximidades da Usina Cambahyba, no Município de Campos dos Goytacazes (RJ).
Além de uma grande liderança na luta pela Reforma Agrária, Cícero Guedes era considerado uma referência em agroecologia, por conta das técnicas agrícolas sustentáveis que utilizava em seu lote no Assentamento Zumbi dos Palmares. Cícero também foi um importante colaborador de vários projetos de pesquisa e de extensão da Universidade Estadual do Norte Fluminense.