Quatro anos da partida do nosso eterno comandante Egídio Brunetto
Da Página do MST
Neste 28 de novembro fazem quatro anos da partida do nosso eterno comandante Egídio Brunetto. Para nós, em Mato Grosso do Sul, este dia é de reflexão, de saudade e de honrar com o compromisso que temos de lembrar do seu legado.
Egídio foi um ser humano muito especial. Filho de camponeses sem-terra, nasceu em 8 de novembro de 1956. Começou a trabalhar na roça ainda criança para ajudar o pai. Como muitos jovens camponeses, a indignação cresceu junto dele e logo descobriu que a única solução para resolver os problemas sociais e agrários do Brasil era a luta. Assim, não demorou muito para se envolver com a Pastoral da Terra, na região de Xanxerê, município de Santa Catarina.
Ainda na década de 80, foi para o Mato Grosso do Sul lutar pela Reforma Agrária e por mudanças sociais. Lá conheceu Atiliana, mulher de luta, indígena com muito orgulho, com quem teve o filho Giovanni Ernesto, uma homenagem ao seu pai e a Che Guevara, e a menina Anahi, uma homenagem a índia Guarani que defendeu seu povo contra os espanhóis.
Brunetto contribuiu com a organização do MST em todo o país e com as lutas dos trabalhadores rurais pela terra, pela reforma agrária e por transformações sociais.
Egídio empunhou a bandeira do internacionalismo e da solidariedade às lutas dos povos e da classe trabalhadora, responsável pela relação do Movimento com organizações camponesas na América Latina e no mundo. Foi um dos fundadores da Via Campesina Internacional.
Nós temos muito orgulho dele ter militado e construído sua família em Mato Grosso do Sul, para além disso, temos muito mais orgulho de Egídio Brunetto ter se tornado cidadão de luta das causas sociais mundo a fora, levando sempre consigo o sonho, que como ele mesmo dizia: “Globalizemos a luta. Globalizemos a esperança”.
Para nós é emocionante ver que seu nome está espalhado em assentamentos, escolas de formações, espaços de debate, entre outros, por todo o mundo, porque como o eterno Ernesto Che Guevara dizia: “Um companheiro de luta nunca morre, apenas descansa da batalha”.
Queremos que Egídio seja sempre lembrado, não só pelas sementes que carregava sempre no bolso, como um gesto único de bondade e solidariedade a distribuiu por esse mundão todo, mas também pela firmeza naquilo que dizia e defendia. Para ele, o imperialismo era inaceitável e deveria ser combatido com todos os instrumentos em todas as parte do mundo.
Por isso, neste ano de 2015, o sem-terras de Mato Grosso do Sul, homenagearão, mais uma vez este honroso e valoroso companheiro em seu 30° Encontro Estadual, que terá o seu nome e será carregado de seus ensinamentos.
Para nós Egídio Brunetto sempre estará vivo, pois plantou em cada um e em cada uma a semente da luta, da perseverança, da resistência e da vontade de fazer reforma agrária, justiça social e de ver este mundo mais humano, mais justo e igual!
Viva Brunetto! Viva a luta do MST! Viva a resistência dos que sonham!