Movimentos de SP defendem ocupações das escolas e repudiam violência policial

Em nota, mais de 50 entidades exigem saída de representantes do Governo do Estado de São Paulo.

 

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Por Vanessa Ramos
Da CUT

O Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo, que reúne mais de 50 entidades do campo e da cidade, lançou nesta segunda-feira (30), após reunião com representantes das organizações, a nota “Governador, a sociedade já escolheu! Não quer o fechamento, nem a desorganização das escolas!”.

No documento, eles criticam a ausência de diálogo do Governo do Estado de São Paulo no que se refere à restruturação do ensino e ao fechamento de 92 escolas.

Ainda, apontam a criminalização, pelo poder público, da luta promovida por estudantes, comunidade escolar e movimentos sociais, bem como o uso da violência e da pressão pela Polícia Militar, como estratégia de desmobilizar as ocupações e intimidar a luta em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade.

Cobram, diante do áudio de uma reunião restrita, dirigida por Fernando Padula Novaes, chefe do gabinete do secretário de Educação de São Paulo, Herman Voorwald, que vazou nas redes sociais no último final de semana, a exoneração do representante do poder público, bem como do secretário da Pasta. 

Ao final, as organizações reiteram o compromisso permanente dos movimentos sociais em defesa das ocupações das escolas paulistas.

Confira abaixo a nota na íntegra.

Governador, a sociedade já escolheu! Não quer o fechamento, nem a desorganização das escolas!

Nós, do Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo, manifestamos preocupação com a grave situação pela qual passa a educação paulista, a partir da imposição do Governo do Estado de São Paulo de reestruturar o ensino e fechar pelo menos 92 escolas.

Não houve nenhum diálogo com a população paulista por meio da Secretaria de Educação de São Paulo, do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), e, diante disso, os estudantes e a comunidade escolar passaram a ocupar as unidades como forma de explicitar a indignação com esse projeto.

Além disso, no dia 29 de novembro, um áudio vazou pela internet com a fala de Fernando Padula Novaes, chefe de gabinete do secretário de Educação, incentivando “ações de guerra” e reforçando a pressão da PM. Ele coloca a polícia como instrumento para amedrontar estudantes, pais, mães e organizações de apoio como forma de desmobilizar a luta.

Repudiamos a violência e ações ditatoriais de perseguição que a PM de São Paulo tem adotado nas escolas da capital e do interior. Inúmeras são as denúncias postadas nas redes sociais e compartilhadas entre grupos que lutam por uma educação pública, gratuita e de qualidade.

Há uma criminalização da luta dos estudantes e dos movimentos sociais que os apoiam, demonstrando truculência e desrespeito aos direitos humanos, das crianças e dos adolescentes. Em detrimento do diálogo, o Governo do Estado de São Paulo prefere se valer das forças policiais para ameaçar e reprimir as ocupações, além de processos com pesadas multas aos sindicatos e entidades estudantis.

Diante disso, manifestamos nosso total apoio à luta dos estudantes, jovens e comunidade escolar nas ocupações. Manter ocupadas 225 escolas (até o momento) no Estado de SP não é obra de um ou outro movimento social ou sindical. A sociedade pede um basta ao governo Alckmin e suas políticas que pioram a condição de vida do
povo mais pobre.

Exigimos a exoneração do atual secretário de Educação de São Paulo, Herman Voorwald, bem como de seu chefe de gabinete, Fernando Padula Novaes. Por fim, reiteramos nosso compromisso e chamamos a todos/as defensores da educação pública, gratuita e de qualidade, a cerrarem fileiras com os estudantes, apoiando as ocupações. Apoiar a resistência nessas inúmeras escolas ocupadas é o nosso compromisso com o povo paulista.

São Paulo, 30 de novembro de 2015.
Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo.

Afuse (Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação de São Paulo)
Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo),
Centro Acadêmico XI de Agosto
CMP (Central de Movimentos Populares)
Coletivo de Luta Pela Água
CONEN (Coordenação Nacional de Entidades Negras)
Consulta Popular
CPT (Comissão Pastoral da Terra)
CRECE (Conselhos dos Representantes dos Conselhos de Escola)
CUT Nacional
CUT São Paulo
CTB São Paulo
FACESP (Federação das Associações Comunitárias do Estado de São Paulo)
FAF (Federação da Agricultura Familiar do Estado de São Paulo)
FETAM (Federação dos Trabalhadores na Administração e do Serviço
Público Municipal no Estado de São Paulo)
FETEC (Federação dos Bancários da CUT)
FETQUIM (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT no Estado de SP
FETSS (Federação dos Trabalhadores em Seguridade Social no Estado de SP
FLM (Frente de Luta por Moradia)
FNSA (Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental)
FNU (Federação Nacional dos Urbanitários)
Frente Estadual Contra Redução da Maioridade Penal
FUP (Federação Única dos Petroleiros)
Levante Popular da Juventude
MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens)
Marcha Mundial de Mulheres
MMPT (Movimento de Moradia Para Todos)
MSTL (Movimento Sem Terra de Luta)
MPA (Movimento de Pequenos Agricultores)
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra)
MTD-SP (Movimento dos Trabalhadores Desempregados)
MUHAB (Movimento Unidos pela Habitação)
Rede Nossa São Paulo
SEPESP (Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo)
Sindicato dos Bancários de São Paulo
Sindicato dos Bancários do ABC
Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba
Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Sindicato dos Químicos de São Paulo
SINDIPETRO (Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo)
SINDSAÚDE-SP (Sindicato dos Trabalhadores Públicos na Saúde do
Estado de SP)
SINDSEP (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e
Autarquias no Município de São Paulo)
SINPSI (Sindicato dos Psicólogos do Estado de São Paulo)
SINSEXPRO (Sindicato dos Trabalhadores das Autarquias de Fiscalização
do Exercício Profissional e Entidades Coligadas no Estado de São Paulo)
SINTEPS (Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza)
SIFUSPESP – (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado
de São Paulo)
SITRAEMFA (Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e
Educação à Criança, ao Adolescente e a Família do Estado de São Paulo)
UBM (União Brasileira de Mulheres)
UEE (União Estadual dos Estudantes de São Paulo)
UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas)
UJS (União da Juventude Socialista)
UMM (União do Movimento de Moradia)
UNEGRO (União de Negros pela Igualdade)
UPES (União Paulista dos Estudantes Secundaristas)