Mulheres Sem Terra se comprometem a fortalecer o combate ao capitalismo e agronegócio

Queremos alimentar nossos Sem Terrinha com produtos saudáveis e fazer com que os grandes compreendam que os venenos só trazem prejuízos à sociedade e que nós lutaremos contra o capital e o agronegócio enquanto tivermos forças”

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Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST

 

Entre palavas de ânimo e coragem, mística e canções que transmitem a luta das camponesas Sem Terra pela Reforma Agrária Popular, vida e dignidade, foi realizada na tarde desta quarta-feira (20) a Assembleia das Mulheres do MST do Rio Grande do Sul.

O evento aconteceu no Assentamento Capela, em Nova Santa Rita, na região Metropolitana de Porto Alegre.

Seguindo as bandeiras defendidas pelo Movimento, as cerca de 300 mulheres que participaram da atividade se comprometeram com a continuidade e o fortalecimento da luta contra o agronegócio e o capitalismo, e em defesa da soberania alimentar e da produção de alimentos saudáveis.

Elas ainda debateram o protagonismo das camponesas em ações conjuntas dos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra.

Durante a assembleia, a dirigente Sílvia Reis Marques lembrou os 32 anos de fundação do MST – 20 de janeiro de 1985 –, completados na data de ontem.

Segundo ela, nestas mais de três décadas de história, as mulheres Sem Terra foram protagonistas das lutas sociais e, sobretudo, pela terra, sendo linha de frente nas marchas e ocupações.

“O MST sempre teve em sua história de lutas e conquistas a participação das mulheres, que são as geradoras da vida. Se estamos aqui hoje é porque temos coragem e ousadia para estudar, lutar, produzir alimentos sem veneno e buscar novas relações de gênero, onde os direitos sejam iguais. É nosso papel estarmos lado a lado para construir nossa organização, um novo país e um novo mundo”, destacou Sílvia.

Já a assentada Arlete Bulcão, incentivou as mulheres a continuar denunciando o capitalismo e o modelo do agronegócio, e afirmou que “as camponesas têm grande responsabilidade de defender a mãe terra, as sementes crioulas, a água e tudo o que representa vida.”

“Não podemos aceitar que os donos do poder continuem nos envenenando e contaminando nossos filhos através do leite materno.

“Queremos alimentar nossos Sem Terrinha com produtos saudáveis e fazer com que os grandes compreendam que os venenos só trazem prejuízos à sociedade e que nós lutaremos contra o capital e o agronegócio enquanto tivermos forças”, disse.

Encerrando o evento, Arlete pediu às camponesas que retornem para seus assentamentos e acampamentos no dia de hoje mais firmes na luta travada pela vida. “Se nós mulheres continuarmos organizadas faremos grandes ações”, argumentou.

A Assembleia das Mulheres do MST do RS fez parte do 17º encontro estadual do movimento, que iniciou na última terça-feira (19) e se encerra hoje (21). Ele tem como principais objetivos avaliar os trabalhos realizados dentro da organização nestes últimos dois anos e planejar os passos do próximo período.