Sem Terra realizam mutirão e reformam escola itinerante no Paraná

Com uma estrutura de dez salas de aula, refeitório, secretaria e biblioteca, a escola atende 200 alunos, desde a educação infantil até o ensino médio, e conta com cerca de 24 professores.

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Por Riquieli Capitani
Da Página do MST

Fotos: Welington César Taques

No último domingo (13), enquanto ocorriam manifestações contra a democracia orquestradas por setores conservadores da sociedade brasileira, dezenas de acampados do MST realizaram uma reforma coletiva da Escola Itinerante Herdeiros da Luta de Porecatu, na região norte do Paraná.

As 350 famílias Sem Terra acampadas desde novembro de 2008 na antiga Fazenda Variant, agora Acampamento Herdeiros da Luta de Porecatu, inauguraram a Escola Itinerante da Luta de Porecatu em setembro de 2013. Antes disso, por anos ela funcionou embaixo de árvores e barracos de lona.

Com uma estrutura de dez salas de aula, refeitório, secretaria e biblioteca, a escola atende 200 alunos, desde a educação infantil até o ensino médio, e conta com cerca de 24 professores. A escola estava passando por problemas estruturais. Por ter sido construída com folhas de madeirite, com o tempo as chuvas acabou estragando a estrutura, criando goteiras dentro das salas de aula.

 

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Desse modo, as famílias resolveram se mobilizar, e a partir das seis brigadas do acampamento, iniciaram a reforma, com cada brigada decidindo qual seria a melhor maneira de realizar o trabalho.

“As madeiras da reforma foram compradas pela própria organização das famílias que dividiram entre si o valor”, comenta o membro do setor de educação do acampamento, Welington César Taques.

Desde a ocupação da área, os Sem Terra lutam para assegurar o acesso fundamental a educação, buscando garantir a qualidade do ensino e as estruturas necessárias para o funcionamento da escola.

Taques, que também é professor na escola, explica a importância de se ter um espaço educacional no campo para as crianças, jovens e adultos.

“A escola do e no campo faz com que os Sem Terra tenham uma educação no contexto do campo. Ela também é parte da realidade em que estão envoltos. Com isso, a escola converge com os interesses coletivos de mudança na qualidade de vida de todas as famílias acampadas, visando a formação de sujeitos que tenham a capacidade de interpretar e intervir na realidade”.

 

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