“A universidade está pintada de povo, de luta e resistência”
Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
“A Universidade Federal da Bahia (UFBA) foi pintada de povo, de luta e resistência histórica da classe trabalhadora com a presença do MST”, afirmou a professora Celi Taffarel, nessa última quarta-feira (20), durante atividade de formação política e unidade popular.
Com o tema “Reforma Agrária e violência no Campo: 20 anos do massacre de Eldorado dos Carajás”, a reitoria da UFBA foi ocupada por 600 pessoas, dentre elas, 500 Sem Terra, para debater o atual cenário político e denunciar os altos índices de violência no campo.
A atividade faz parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa Reforma Agrária, que desde o início de abril, está mobilizando milhares de trabalhadores Sem Terra, levantando a bandeira da democratização terra no estado.
Desafios
“Quais são os desafios colocados à classe trabalhadora na construção da Reforma Agrária?”, foi uma das perguntas que norteou todo debate.
Pensando nisso, as intervenções apontaram a partir da relação direta do MST com a luta pela terra, como base central para fortalecer e construir uma nova relação de unidade entre a classe trabalhadora do campo com a cidade.
A professora Guiomar, também da UFBA, acredita que o processo de construção das lutas, diante do atual cenário político, passa pela formação, analise e formulação do processo. “Romper as cercas do latifúndio dentro da universidade representa isso”, disse.
Já Celi Taffarel, ao questionar o modelo vigente de sociedade e fazendo um paralelo ao processo de criminalização das lutas no campo, destacou que “cometemos o crime de matar o sonho dos jovens e crianças quando um despejo acontece ou quando uma escola do campo é fechada”.
“Temos o desafio de avançar na questão agrária e o MST tem nos ensinado isso”, concluiu Taffarel.
De acordo com Evanildo Costa, da direção nacional do MST, a luta pela terra, historicamente, sempre foi marcada pela ofensiva e truculência do latifúndio com os trabalhadores. “Apontamos o enfrentamento, apresentamos um sentido à luta”, explicou.
“Quando um trabalhador tomba, aumenta o sentido para permanecer lutando pela terra. Essa é a lição histórica que aprendemos a partir de nossa sensibilidade política e identidade de classe. Precisamos continuar avançando nesse processo”.