Uma cozinha com cheiro de luta e sabores da terra

Entre um prato e outro, as histórias de cada Sem Terra reafirmavam a necessidade de se construir um projeto político, feito por diversas mãos.

 

 

Por Coletivo de Comunicação do MST

 

Da mandioca você pode produzir a farinha, a goma, o purê, uma infinidade de biscoitos, bolos e uma diversidade de pratos típicos. Essa ideia está sendo colocado na prática com a cozinha da 2º Feira Estadual da Reforma Agrária, que acontece de 11 a 13/8, na Praça da Piedade, em Salvador.

Ao debater alimentação saudável e a Reforma Agrária Popular, o sudoeste baiano que está coordenando a cozinha, apresenta aos visitantes da Feira pratos típicos da região derivados da mandioca.

Os mais pedidos são o escondidinho de carne do sol e a vaca atolada, preparados na hora por uma equipe de trabalhadoras Sem Terra que não dispensam uma boa piada e um sorriso no rosto.

 

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Com um tempero forte e ao mesmo tempo delicado, a simpatia não estava reservada ao espaço da cozinha. O atendimento aos visitantes da feira levavam consigo a resistência, a simbologia da lona preta e a experiência de uma das maiores regiões produtoras de mandioca da Bahia.

Railda Costa Sena, moradora do Assentamento Cedro, em Vitória da Conquista, possuí 20 anos de luta dentro do MST e está com a tarefa de coordenar a cozinha durante a Feira Estadual. Para Ela, a produção da mandioca e o preparo de alimentos com seus derivados faz parte de uma cultura milenar na região, passada de geração em geração e fortalecida com o debate da agroecologia dentro dos assentamentos e acampamentos.

“A cultura da mandioca é de extrema importância no processo de construção da soberania alimentar por conta da diversidade de alimentos produzidos. Nossa história de luta, com ênfase na produção agroecológica, são as bases para o processo formação de novos sujeitos”, explicou.

“Alimentar é um ato político”, destacou Railda quando trouxe a discussão da soberania alimentar como projeto e bandeira de luta do MST frente ao modelo de produção do agronegócio.

Entre um prato e outro, as histórias de cada Sem Terra reafirmavam a necessidade de se construir um projeto político, feito por diversas mãos, e que garanta a soberania alimentar como alicerce de uma sociedade diferente.

A cozinha funciona das cinco horas da manhã às 22, porém a produção dos pratos não para em nenhum momento e está chamando a atenção dos visitantes da feira com o cheiro que fica no ar quando as panelas estão no fogo.

 

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*Editado por Rafael Soriano