Juventude aposta em agroecologia como modelo de produção nos territórios da Reforma Agrária
Por Coletivos de Formação, Educação e Sementes Nativa
Da Página do MST
Em outubro de 2015, nascia nos assentamentos de Pitimbu, litoral sul da Paraíba, o Coletivo de Jovens Semente Nativa. Uma iniciativa criada a partir das conferências territoriais que tem como objetivos, discutir os problemas enfrentados pela juventude camponesa, debater ideias e lutar por direitos.
Já em 2007, os assentados da região aprovaram e executaram ações do Projeto “Preservar e Produzir: uma possibilidade real”, com recursos da Serviço da Pastoral do Migrante (SPM) para a juventude rural. Porém, ao longo dos últimos anos, com o surgimento de novas demandas, suas ações foram reduzidas.
Coletivo de Jovens Sementes Nativa
O Semente Nativa reúne jovens de 5 assentamentos do município, criados a partir das ações da CPT (Comissão Pastoral da Terra) e do MST, ao longo dos anos 1980 e 1990 na região. Em suas ações, o coletivo busca promover o desenvolvimento intelectual dos jovens camponeses para a luta social e a ocupação de espaços de decisão em seu território, que sofre os impactos sociais e ambientais da especulação imobiliária, a mineração de empresas do ramo cimenteiro, monoculturas de cana-de-açúcar e o amplo uso de agrotóxicos.
O Coletivo compreende que “de Sem Terra à assentados, a marginalização continua”, como afirma uma das integrantes, Suelis Fidelis. E ao escolher como seu símbolo o Jatobá, planta nativa da região quase extinta para dar lugar aos latifúndios de cana-de-açúcar, o grupo sinaliza a aposta na agroecologia como modelo de produção nos territórios da reforma agrária.
Agroecologia e transformação social
Em 2016, a retomada das atividades no viveiro de mudas, foi possível devido à aprovação do projeto “Agroecologie et transformation sociale” (Agroecologia e Transformação Social), pela Universidade de Paris 8, que vem sendo executado pelo Coletivo Sementes Nativa, conjuntamente com a Coopervida (Cooperativa Agrícola Mista dos Agricultores do Assentamento Nova Vida), os Coletivos de Educação e Formação do MST e o curso de Residência Agrária Jovem (parceria entre PRONERA e UFPB) “Juventude Rural, fortalecendo a inclusão produtiva na Zona da Mata e Brejo paraibano”.
A participação das assentadas e dos assentados é fundamental nesse processo de formação. Para tanto, o projeto possibilita a realização de atividades de educação para a agroecologia, organização de viveiro de mudas, mutirões de limpeza, exibição de filmes e debates, estudos coletivos e a campanha de prevenção e Promoção da Saúde.
As ações do “Agroecologia e transformação social” também fortalece a Jornada Cultural Nacional Alimentação Saudável: um direito de todos e todas, lançada pelo MST em novembro de 2015 e que tem despertado a consciência agroecológica adormecida, imprescindível para a reforma Agrária Popular.
*Editado por Iris Pacheco