Jovens investem em formação política frente à criminalização das lutas populares
Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST
Com animação e disciplina, cerca de 100 jovens, assentados e acampados, se reuniram entre os dias 15 e 16 de novembro, na Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto, município de Prado, extremo sul da Bahia, para debaterem o atual cenário político e construírem coletivamente, linhas de ação que garantam o fortalecimento da organicidade e da luta em defesa da Reforma Agrária Popular.
A atividade contou com uma programação que discutiu a democratização da comunicação como bandeira de enfrentamento às estruturas do capital e os diversos processos de criminalização das lutas populares.
Nesse sentido, a mística e a simbologia construídas ao longo dos 32 anos do MST deram o tom aos debates, que não dispensaram as palavras: rebeldia, o trabalho de base, ocupação, resistência, formação e produção.
“Vivemos um cenário, aonde a classe trabalhadora sofre com a perda de direitos com esse governo ilegítimo e golpista de Michel Temer (PMDB). E a organização da juventude é de extrema importância para fortalecermos nossas bases e avançar nas lutas”, explicou Paulo Cesar, da direção estadual do MST.
Para Cesar, o encontro propôs três grandes desafios políticos. “O primeiro encontra-se no fortalecimento da nossa organicidade, garantir a construção de coletivos nos assentamentos e acampamentos. Em seguida, temos o desafio da construção massiva das lutas em defesa da Reforma Agrária Popular e por fim, a formação permanente da militância e da nossa juventude organizada”.
Os desafios apontados, ainda na abertura do encontro, nortearam os estudos e a construção de ações protagonizadas pela juventude para este próximo período de luta.
Conjuntura de enfrentamento
Ao analisar o atual cenário político e apontar a construção de uma linha de ação que envolva a participação da juventude nas diversas frentes de luta, Evanildo Costa, da direção nacional, falou da ofensiva conservadora contra a luta dos movimentos e organizações populares.
“Este cenário exige respostas pontuais e articuladas com os diversos setores da classe trabalhadora. Dentre elas, precisamos manter a luta permanente contra o golpe, defender a democracia e denunciar a corrupção do governo golpista. Para isso é necessário criar novas formas e métodos de luta.”
Costa destacou ainda que a juventude tem apontado diversos caminhos táticos na construção das lutas pela agitação e propaganda, os escrachos e o fortalecimento de mídias populares na denúncia do golpe e o projeto político “neoliberal” de Temer. “Rearticular as forças populares de esquerda com novos métodos e valores também são desafios colocados na ordem do dia”, afirmou.
Nesse sentido, o debate da juventude se direcionou para como o golpe afeta diretamente a construção da Reforma Agrária Popular favorecendo o capital internacional.
Avançar é preciso
A jovem Quelém Silva, estudante e filha de assentados, disse que os debates a fizeram rememorar os seis anos de luta que possui dentro do MST. E como esta formação colaborar no entendimento da conjuntura para a partir daí, avançar nas lutas.
“Acredito que precisamos avançar na formação de maneira permanente, sem contar o processo de participação das lutas. Este momento que tenhamos força para construir espaços que fortaleçam o trabalho de base e a organicidade de nossa juventude”.
*Editado por Iris Pacheco