Campanha pretende zerar o analfabetismo em 11 assentamentos do MST na Bahia

A campanha faz parte do processo preparatório do projeto cubano de erradicação do analfabetismo “Sim, eu Posso”

 

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Botas cheia de poeira, facão na cintura, mãos calejadas portando um caderno e um lápis. Os rostos estavam marcados pelo sol e o tempo que sempre expressam uma história de luta e resistência.

Estas são algumas características dos integrantes da brigada de educadores populares, composta por 45 militantes do MST, que estão realizando a 2ª Campanha de Erradicação do Analfabetismo nos assentamentos do MST no Extremo Sul da Bahia.

A campanha faz parte do processo preparatório do projeto cubano de erradicação do analfabetismo “Sim, eu Posso”, que está circulando as brigadas Che e Elias da região, com o objetivo de alfabetizar no início de 2017 cerca de 240 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra, distribuídos em 30 turmas de 11 assentamentos de Reforma Agrária.

Cada Sem Terra na região está mobilizado em prol do projeto desde o mês de setembro. Nesse sentido, foi realizado um processo de mobilização nas áreas para divulgação do projeto e duas capacitações com os educadores.

Carolina de Jesus

De acordo a Eleneuda Lopes, educadora Sem Terra, a campanha de divulgação e apresentação do projeto está sendo realizada pelas próprias famílias, que assumiram o desafio de serem responsáveis diretos pela sua execução.

“A partir da mobilização e inserção dos Sem Terra no projeto foi criado uma brigada, onde homenageia Carolina de Jesus, resgatando a história e o legado de luta desta importante escritora negra brasileira”, explica Lopes.

1ª Campanha de Alfabetização

A primeira campanha de erradicação do analfabetismo aconteceu entre 2014 e 2015. Na ocasião, foram alfabetizadas 180 trabalhadores e trabalhadoras de seis assentamentos, declarados como territórios livre do analfabetismo.

Para Edi Carlos da Silva, da direção estadual do MST, esta iniciativa se insere no desafio de construção da Reforma Agrária Popular, por ser também mais um instrumento que compreende o Projeto de Assentamentos Agroecológicos.

“Nosso Movimento acredita que a educação é uma ferramenta de construção de uma sociedade emancipada, mais justa e igualitária. Zerar o analfabetismo é o primeiro passo para libertar o trabalhador das prisões deste sistema desigual”, diz Carlos.