“Só o povo organizado pode mudar a sociedade”, diz Stedile para amigos do MST

Com a participação de mais de 20 organizações e representações políticas, o evento teve como objetivo consolidar e fortalecer as parcerias e propor um espaço de confraternização e troca de experiências
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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

O MST no extremo sul da Bahia realizou na noite desta última segunda-feira (12), o “Encontro dos Amigos do MST” com mais de 300 parceiros, na escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto, no município do Prado.

 

Com a participação de mais de 20 organizações e representações políticas, o evento teve como objetivo consolidar e fortalecer as parcerias e propor um espaço de confraternização e troca de experiências. Além de buscar a unidade entre os movimentos e organizações do campo e da cidade, diante da atual conjuntura de crises e golpes aos direitos historicamente conquistados pela classe trabalhadora.

As atividades começaram logo pela manhã, quando os amigos do MST conheceram as instalações da Escola Popular, construída pelas mãos de centenas de trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra, com a missão de ser um espaço de educação e construção da agroecologia.

Evanildo Costa, da direção Nacional do MST, destacou que a escola realiza ações educativas na área da agroecologia através de cursos modulares e campanhas contra o uso de agrotóxicos.

“De nada adianta ter terra se seguimos ignorantes”

João Pedro Stedile, da direção nacional do MST, analisou o atual cenário político para ele “o modelo de desenvolvimento defendido pelo grande capital é em sua essência antagônico, pois ao mesmo tempo que gera riqueza, paralelamente gera desigualdades sociais, pobreza e destruição do meio ambiente”.

Ainda para Stedile, “ao mesmo tempo que o MST defende a produção de alimentos agroecológicos, defende também o resgate da cultura popular e a construção dos conhecimentos tradicionais e científicos. Pois só o conhecimento liberta o povo e é capaz de organizá-lo e mudar a sociedade. De nada adianta ter terra, ter trator, casa bonita, se seguirmos ignorantes, desconhecedores das coisas do mundo, da política, de como funciona a luta de classe. Por isso, nós incorporamos no ideário do MST e da Reforma Agrária Popular esse princípio”.

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A Reforma Agrária é Popular

Para a direção da Movimento, a homenagem aos amigos é um reflexo do sonho coletivo de construir um país socialmente justo, democrático, com igualdade e harmonia com a natureza. 

Dentre desse contexto, Stedile disse ainda que só a força do povo consegue arrancar essas conquistas. “Cada um de nós somos parte desse povo. Mas por nossas histórias de vida acabamos militando em distintos espaços, entretanto todos nós pertencemos a esse grande movimento popular que defende os interesses da classe trabalhadora”.

Participação

O evento contou com a presença do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), da União Nacional dos Estudantes (UNE), União de Negras e Negros Pela Igualdade (Unegro), Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul da Bahia (Cepedes), Coletivo de ação da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), Núcleo Regional de Educação (Direc), Cooperativa de Transporte de Teixeira de Freitas, Esquerda Popular Socialista (EPS-PT), Associações de Pequenos Agricultores Rurais, Sindicato dos Nacional dos Aeroviários, Sindicato dos Trabalhadores do Estado da Bahia (APLB), do Sindicato Rural dos Trabalhadores, Conselho Tutelar de Guaratinga e a Superintendência da Juventude de Porto Seguro. Contou também com a presença de diversos prefeitos, vereadores, secretários de agricultura e educação dos municípios da região.

A atividade culminou com uma confraternização onde cada homenageado experimentou alguns alimentos produzidos sem agrotóxicos ao som da música popular.

 

*Editado por Maura Silva