Após ocupação, prefeita do Prado se recusa sentar com trabalhadores Sem Terra
Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Mais de 500 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra, em sua grande maioria jovens, ocupam desde segunda-feira (06) a Prefeitura Municipal do Prado em defesa da educação do campo.
A pauta foi entregue aos responsáveis do gabinete da prefeita Mayra Brito (PP), porém existe uma resistência por parte da gestão em realizar uma rodada de negociações ao alegar que a prioridade são as festas de carnaval realizadas na cidade.
Além disso, emitiu junto ao poder judiciário local uma liminar de despejo para obrigar a saída dos trabalhadores do órgão público. Em sinal de repúdio e denúncia ao ocorrido, o MST vem construindo diversas intervenções com o objetivo de colocar na ordem do dia as demandas pautadas envolvendo os moradores da localidade.
Para o Movimento, esse descaso só mostra o desinteresse em atender não apenas uma pauta de trabalhadores assentados, mas sim, de toda população rural.
De acordo com Abraão Brito, do setor de educação do MST, a ação da prefeita é um absurdo e só aponta que a educação do campo não é uma prioridade à administração pública, tendo em vista que esta luta se estende há dois mandatos.
Um dos principais pontos de reivindicação são melhorias nas estruturas dos Assentamentos, na educação do campo e no acesso das famílias camponesas aos programas sociais. Além disso, a juventude denuncia a lógica de exploração do capital e os mecanismos ideológicos que “alienam”, ao intervir, principalmente, no processo de formação e construção de uma identidade de classe.
Foi pensando nisso, que Abraão enfatizou ainda a importância da participação da juventude na luta. “Nossos jovens possuem a tarefa de, desde cedo, aprenderem a resistir e de se indignar com o descaso que política agrária vem sendo tratada no Brasil”.
Já Valquíria Maria de Jesus, da direção estadual do MST na Bahia, repudia a ação negligente da prefeita e acredita que a mesma possuí um grande potencial, porém não usa para melhorar as condições sociais dentro da cidade.
Para Ela, no momento de crise político e social que vive o Brasil é decepcionante ver um político se eleger com campanhas que prometem renovação, utilizando o argumento de ser jovem e conhecer as demandas da juventude, não as coloca em prática.
Nesse sentido, os trabalhadores mobilizados reafirmam o caráter reivindicatório da ocupação e destacam que a mesma será por tempo indeterminado.
*Editado por Rafael Soriano