Mulheres do Norte Pioneiro do Paraná protestam contra o governo golpista

Trabalhadoras rurais e professoras da mesorregião paranaense se mobilizaram contra o 'pacote de maldades' do governo de Michel Temer

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Por Indianara Pires
Da página do MST
Fotos: Indianara Pires e Marta Maciel

 

Cerca de 300 mulheres e jovens camponesas Sem Terra, provenientes dos municípios de Congonhinhas, Jacarezinho, Carlópois e São Jerônimo da Serra, além de professoras e professores vinculados à APP-Sindicato, fizeram uma manifestação nas dependências da Previdência Social do município de Cornélio Procópio, na manhã do dia 8, como parte das atividades da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra. 

Com seus símbolos de luta – chapéu, lenço vermelho, bandeiras e faixas – as mulheres entoaram o lema deste ano: “Estamos Todas Despertas. Contra o Capital e o Agronegócio. Nenhum Direito a Menos!”, com o objetivo de denunciar a toda sociedade o impacto do “pacote de maldades” do governo golpista de Michel Temer, contido na PEC 287, da reforma da Previdência. Elas também denunciam a opressão gerada pelo agronegócio e o Capital estrangeiro e a violência de gênero, que só tem aumentado nos últimos anos.

As mulheres distribuíram panfletos com o intuito de conscientizar a população sobre o perigo iminente da perda de direitos. Para a dirigente do Setor de Saúde e Gênero do MST, Marta Maciel, “esta mobilização traz às ruas a necessidade de denunciar o golpe contra todos os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. É preciso que a sociedade tome conhecimento sobre o que está acontecendo no atual momento e se mobilize. Só assim poderemos lutar contra aqueles que querem cortar os direitos da classe trabalhadora”. E completa: “as mulheres estão mobilizadas em todo país, pois serão as mais prejudicadas neste processo todo de contrarreforma”.

Após o ato na Previdência Social, a marcha seguiu em direção à Praça da Igreja Matriz, percorrendo as principais ruas de Cornélio Procópio e seguindo com a ação de panfletagem. 

Nos municípios

Após a atividade conjunta em Cornélio Procópio, as mulheres seguiram para as atividades da Jornada Nacional em seus municípios de origem.

Cerca de 80 mulheres do MST, fizeram uma marcha pela avenida principal da cidade de Congonhinhas, distribuindo os panfletos e conscientizando a sociedade da necessidade de apoiar esta luta e unificar forças.

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“Não é só a classe trabalhadora que perderá direitos e será duramente sacrificada. Nosso município depende das aposentadorias e pensões. Sem isso, o comércio irá enfraquecer e todo município perde com isso”, esclareceu Marta.

A marcha seguiu até a Prefeitura Municipal, onde o grupo apresentou uma pauta ao prefeito Luciano Merhy, para que ele se comprometa, junto à classe trabalhadora, a trabalhar para que os deputados federais e senadores se posicionem contra esse golpe. O prefeito fez uma breve fala de apoio a mobilização e encorajou as mulheres em sua luta. “É muito importante esta mobilização das mulheres (…) pois os maiores afetados são a classe trabalhadora, quem mais precisa da manutenção dos direitos sociais e trabalhistas”, disse o prefeito às mulheres. Por fim, assinou o documento apresentado, comprometendo-se a levar a pauta de reivindicações ao conhecimento dos deputados federais e senadores. 

 

*Editado por Leonardo Fernandes