Mobilizações em Aracaju marcam a Jornada de Luta das Mulheres Camponesas em Sergipe
Por Luiz Fernando
Da Página do MST
Na tarde dessa quarta-feira (8), mais de 300 trabalhadoras e trabalhadores do MST fizeram uma manifestação na avenida Beira Mar 13 de Julho para denunciar o descompromisso do Incra com a Reforma Agrária no estado de Sergipe. A manifestação fez parte da Jornada de Luta das Mulheres Camponesas. Também foi realizado um ato em frente à agência da Previdência Social, no centro de Aracaju, terminando nas proximidades da Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe (Aease).
O protesto serviu também para exigir que o Governo Federal impeça a venda da Fazenda Junco, no município de Macambira, que irá a leilão no próximo dia 9, devido a processos trabalhistas contra os proprietários. Cerca de 200 famílias do acampamento Chico Mendes II ocupam área há nove anos, lutando para que a terra seja destinada à Reforma Agrária.
O governo golpista de Michel Temer (PMDB) tem promovido um verdadeiro desmonte das políticas públicas para a Reforma Agrária no Brasil, com apoio de parlamentares sergipanos, dentre eles, André Moura e Laércio Oliveira que, aliados à Superintendência Regional do Incra, atacam e inviabilizam a realização da Reforma Agrária, como mais uma forma de fortalecer o mercado e o capital internacional.
Ainda como parte da Jornada de Lutas, o MST ocupa a Superintendência do Incra desde a manhã de segunda-feira (6), com o objetivo de exigir uma reunião com o Presidente Nacional do INCRA, Leonardo Góes, para tratar da pauta do movimento. Mas até agora não obteve nenhuma resposta do Superintendente do Incra em Sergipe, Haroldo Álvaro. “A ocupação é uma forma de denúncia. Queremos protestar contra a ação do Instituto, que tem histórico de descompromisso com a Reforma Agrária. É também uma forma de dizer que não concordamos com o que eles estão fazendo”, explica Jocei Francisco, militante do MST.
Além de se reunir com as autoridades do Incra, as camponesas e camponeses que realizam a ocupação reivindicam a vistoria e desapropriação imediata das áreas em processo, a liberação e regularização de cestas básicas para as famílias acampadas e a demarcação e parcelamento das áreas já desapropriadas. As famílias Sem Terra afirmam que o local permanecerá ocupado por tempo indeterminado até que a pauta seja atendida.
*Editado por Leonardo Fernandes