Mutirão leva o debate da Saúde Popular aos assentamentos do MST
Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST
Na última segunda-feira (11), o MST, em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA) através da Pró Reitoria de Extensão (PROEXT), deu início a um mutirão com profissionais da saúde, educação e produção, em assentamentos e acampamentos no Baixo Sul do estado.
O mutirão é uma iniciativa do Projeto de Extensão Universitária “ACC’s: Promoção da Saúde e Qualidade de Vida”, que é coordenado pela professora Maria Constantina Caputo. As atividades do projeto atenderam os assentamentos Che Guevara e Candelária, ambos localizados próximos a BR 101, a 450 km de Salvador, em Wenceslau Guimarães.
Com o objetivo de discutir com as comunidades temas transversais e compartilhar vivências; estreitar as relações entre o campo e a cidade; integrar a juventude ao contexto universitário e ao mesmo tempo, prepará-los para a inserção no ensino superior com aulas preparatórias para o Exame Nacional do Nível Médio (ENEM), o projeto conseguiu envolver 97 famílias.
Temas do cotidiano dos trabalhadores como a saúde e bem-estar, hipertensão, diabete saúde da mulher e do homem, primeiros socorros, o debate de gênero e o uso do álcool e outras drogas, estiveram presentes durante o mutirão. Além disso, a atividade abordou temas relacionados aos direitos, como o acesso as políticas públicas no campo da produção, compostagens, água e saneamento.
Essas questões foram alinhadas aos procedimentos básicos em odontologia, vacinação de crianças, idosos e a construção de uma biblioteca comunitária.
Saúde popular
Um ponto importante foi o uso das plantas medicinais, cultivadas nas comunidades, para debater o tratamento de algumas doenças com o preparo de chás, lambedores, infusão, sumos, sabonetes, tinturas e outros.
Dona Maria Isabel (55), moradora do Assentamento Che Guevara, fala da importância em cultivar plantas medicinais no seu quintal e como as mesmas servem, não só para o consumo próprio, mas também para as pessoas que precisam utilizar as plantas. “Para nós do campo, as ervas sempre existiram, pois a gente sempre plantou no quintal. Nós não podemos viver sem elas”, comenta Isabel.
Nesse sentido, a produção de sabonetes fitoterápicos tronou-se um dos focos das atividades, pois trazem a importância dermatológica de cada planta, desde o preparo dos chás à forma de conservar suas propriedades.
Para valorizar o saber e fazer milenar do povo do campo, além das práticas de fitoterapia, que ganharam espaço no cronograma das ações, a atuação do projeto continua na região até o sábado (16).
Rumo ao Encontro Estadual
As diversas práticas em saúde vivenciadas durante o mutirão preparam as famílias assentadas e acampadas do MST para participarem do Encontro Estadual do Setor de Saúde, que acontecerá de 22 a 24 de setembro, no Centro de Treinamento da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), em Salvador.
Cerca de 100 cuidadores e médicos populares são aguardados para discutir a concepção de Saúde Popular, a partir do resgate de práticas tradicionais.
*Editado por Leonardo Fernandes