O Circuito de Arte e Cultura da Reforma Agrária veio para ficar em Belo Horizonte

Ato político marca abertura do Circuito e MST promete seguir em luta até que todas e todos tenham sua terra para que possam produzir alimentos saudáveis.

 

428857c0-2242-465e-978e-183c6cc10abe.jpeg
Foto: Mídia Ninja 

 

Por Thanee Degasperi – Mídia Ninja
Da Página do MST 

Nesta sexta-feira (06), se iniciou o Circuito de Arte e Cultura da Reforma Agrária em Belo Horizonte. É a segunda vez que capital mineira recebe um evento com esse caráter organizado pelos Sem Terra. 

Com uma programação recheado de diversas atividades é uma representação do modo de vida do campo, do trabalhador rural, que oferece para a população de Belo Horizonte produtos provenientes da agricultura familiar, traz a cultura e arte produzidas pelo povo camponês, e acima de tudo, demonstra a resistência e a luta do povo Sem Terra. 

47ca7804-7333-41f8-be69-c6d6f826d24c.jpeg
Foto: Mídia Ninja

É sabido que há um processo de invisibilização da produção da Reforma Agrária, seja de alimentos, seja da cultura popular, construída fora dos grandes centros para apresentar para as zonas urbanas toda a riqueza feita pelo povo. Segundo Esther Hoffmann, da direção nacional do MST, “o Circuito é uma ferramenta de construção da política de reforma agrária popular”. 

O Ato Político de Abertura do evento reuniu apoiadoras e apoiadores do MST do governo de Minas Gerais e de movimentos populares. A mesa contou com diversas representações da secretaria de Desenvolvimento Agrário, da SEDESE, Secretária de Direitos Humanos e de Planejamento, da Mesa de Diálogos e Conflitos do estado e da EMATER. Também estavam presentes representantes da cidade de Belo Horizonte como o vice-prefeito Paulo Lamac, que anunciou ter fechado contrato com a agricultura familiar para a merenda das escolas municipais e Maíra Colares, secretária de Assistência social.

Com todo esse apoio político e social, o MST de Minas Gerais, que irá completar 30 anos de luta em 2018, inicia o Circuito Mineiro de Arte e Cultura da Reforma Agrária que é, acima de tudo, um ato político de resistência da cultura popular, da agricultura familiar e da luta de trabalhadoras e trabalhadores rurais, que trouxeram para Belo Horizonte uma amostra da real cultura do campo, da comida, da música, do artesanato e de toda a riqueza que é produzida por lutadoras e lutadores do MST. 

Em cada fala de quem compôs a mesa, era possível notar a admiração e o respeito pelo Movimento, que tem se mostrado para a população como é essencial não somente para a alimentação e consequente bem-estar, mas também para a conservação do meio ambiente e o cuidado com a terra. 

03c6f1fa-3e80-41fb-bcec-60395fc27976.jpeg
Foto: Mídia Ninja

“Esse Festival não traz só alimentos e uma cultura diferente, mas também é uma demonstração da resistência rural, mesmo na atualidade de retirada de direitos e venda das riquezas naturais brasileiras para o capital estrangeiro. Resistência em sorrisos, em uma nota musical, em um sabor diferente. Feita com paz, cores e aromas. O Circuito de Arte e Cultura da Reforma Agrária veio para ficar em Belo Horizonte, e promete seguir em luta até que todas e todos tenham sua terra para que possam plantar e produzir alimentos saudáveis.”, afirma Esther. 

Além disso o ato também contou com representantes do legislativo como André Quintão, deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores, e a presidenta do partido Cida de Jesus, Afonso Henrique do Ministério Público de MG. Bem como os setores populares como as Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, a Articulação Regional de Agroecologia, o Levante Popular da Juventude, o Sindieletro-MG, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), a FETAEMG, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a FETRAF-MG e o Movimento Pela Soberania Popular da Mineração (MAM). 

O evento acontece até este domingo (08) com apresentações culturais, culinária da terra, espaço de cuidado da saúde e muito mais.