Na Bahia, crianças se preparam para o 1º Encontro Nacional dos Sem Terrinha

Os encontros trabalham os sentimentos de pertença, solidariedade e companheirismo, entendidos pelo MST como princípios importantes na formação política
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Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

“Bandeira, bandeira, bandeira vermelhinha. O futuro do Brasil está nas mãos dos Sem Terrinha!”. Esse é o principal grito de ordem nos diversos encontros dos Sem Terrinha que acontecem na Bahia, com o objetivo de disseminar os sentimentos de pertença, solidariedade e companheirismo, entendidos pelo MST como princípios importantes na formação política das famílias assentadas e acampadas.

Além disso, as atividades regionais e locais, promovidas pelo setor de educação do Movimento, prepara as crianças para participarem do 1º Encontro Nacional dos Sem Terrinha que acontecerá em Brasília, no próximo ano.

Na região da Chapada Diamantina, as atividades aconteceram neste último domingo (8), no Assentamento Encanto das Águas, localizado em Lagedo do Tabocal, e contou com a participação de 70 crianças.

Já em Itabela, no Acampamento Margarida Alves, Extremo Sul baiano, as atividades aconteceram a nível regional, com foco na educação como direito e na alimentação saudável a partir da agroecologia.

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O encontro reuniu cerca de 250 crianças

De acordo com Sintia Carvalho, do coletivo de educação do MST, os encontros são importantes para garantir a pauta da educação do campo e da formação política na centralidade do debate da Reforma Agrária Popular. “Queremos que nossas crianças entendam o papel que possuem na luta pela terra e que possam ser reconhecidos como sujeitos da sua própria história”, afirma.

Ao participar do encontro no Assentamento Encanto das Águas, Karol Silva, de apenas oito anos, diz que as atividades foram divertidas. “O encontro trouxe para gente muita alegria, brincadeiras e muita animação para o nosso assentamento”.

Educação é um direito

Com base na construção coletiva que é a pedagogia do movimento, os encontros buscaram de forma lúdica e com mística desenvolver atividades em torno da luta pelo direito a escola no campo.

Para Sem Terrinha Ana Julia Santos, também de oito anos, do Assentamento Irmã Dorothy, no Extremo Sul, é muito bom encontrar outras crianças para compartilhar brincadeiras e aprendizagem. “Desde pequeno estamos aprendendo o significado da luta e a educação do campo é uma bandeira nossa também, não só dos adultos”, destaca.

Sobre o processo de preparação para o Encontro Nacional, Eliane Kai, também do coletivo de educação, comenta que é importante semear o conhecimento, “pois acreditamos que uma educação na perspectiva freiriana se baseia no transmitir saber, ninguém sabe nada e ninguém ensina ninguém o conhecimento é construído” e continua, “aqui debatemos essas questões através da agroecologia, com foco na realização de nosso encontro nacional que já se aproxima”.

“Percebemos a vontade grande dos Sem Terrinha em representar os assentamentos e acampamentos no Encontro Nacional em Brasília e isso nos motiva”, explica Kai.

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Próximos encontros

Em todo estado estão previstos ainda a realização de um encontro no Sul, que terá início nesta terça-feira (10), no norte, a partir de quarta-feira (11) e no baixo sul baiano, que pretende realizar atividades locais com o envolvimento das escolas e famílias assentadas.