Crianças do MST tomam as ruas de Belém na luta por direitos e em defesa da educação
Atividade faz parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária.
Por Antônio Carlos
Da Página do MST
Na manhã desta quarta feira (18), várias crianças e adolescentes do MST marcharam nas ruas da cidade de Belém e mostraram a capacidade de luta e mobilização do movimento em busca de seus direitos.
Com isso, a mobilização das crianças mostra que o MST, assim como vários outros movimentos sociais e o povo organizado, não ficará inerte à grave situação em que se encontra o país.
A infância Sem Terra também está em constante movimento, aproveitando a Jornada Nacional de Lutas do MST para massificar as ruas das capitais brasileiras.
“Estamos fazendo o enfrentamento contra o governo golpista sob a palavra de ordem “Fora Temer”, para acumular forças suficientes que nos permitam intervir na realidade e ajudar a superar atual crise em que o Brasil se encontra”, afirma Carla Lagóia, do Setor de Educação do movimento.
As pautas principais dos Sem Terrinha são a defesa da educação, a denúncia do fechamento das escolas no campo e lutar pela qualidade de vida no campo na saúde, moradia e nas várias esferas da política pública.

Durante a marcha, as crianças fizeram uma parada em frente ao Tribunal de Justiça do Estado para denunciar a criminalização dos movimentos sociais por parte do poder judiciário e pelo estado, a crescente onda de assassinatos no campo paraense e a impunidade desses casos, o que só aumenta a violência contra os camponeses e os movimentos de luta pela terra no Pará.
Logo após, as crianças caminharam até a sede do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e ocuparam o prédio da instituição como forma de resistência aos ataques do governo federal e aos cortes nos orçamentos, retirada dos direitos e das políticas públicas voltadas ao campo brasileiro.
Em reunião com a os representantes do órgão, as crianças exigiram, além do atendimento à pauta, o compromisso do instituto em ajudar na participação das crianças no I Encontro Nacional dos Sem Terrinha, que acontecerá ano que vem em Brasília.
O dia de mobilização encerrou na Universidade Federal do Pará, local do XVII Encontro Estadual dos Sem Terrinha.
Participaram, junto com as crianças, o Instituto do Arraial do Pavulagem e vários amigos e aliados do movimento.
Em um grande “arrastão”, os participantes percorreram as ruas da universidade mostrando a alegria e disposição de luta que as crianças do MST têm em busca de uma sociedade melhor.

“É a primeira vez que estamos fazendo uma atividade junto com o movimento e temos a certeza de que os grandes criadores e arquitetos da cultura popular são essas crianças que são capazes de transformar os corações das pessoas e a nossa sociedade”, afirma Renato Rosas, membro do Arraial do Pavulagem.
A mobilização das crianças mostra para o MST que a continuidade da luta do movimento está garantida e que um Brasil mais justo é possível.
Ir para a rua com as crianças, para o movimento, também é uma ato de formação na construção de um novo sujeito.
“Precisamos fortalecer em nossas crianças os valores da solidariedade, do cuidado um com o outro, da vivência coletiva, do trabalho em grupo, pois assim teremos novos lutadores e lutadoras forjados para continuar a nossa luta” afirma, afirma Lagóia.
*Editado por Leonardo Fernandes