Representantes da CPI de questões fundiárias do Paraná visita acampamento no Paraná
Da Página do MST
Na manhã dessa quarta-feira (1), o acampamento Maria Rosa do Contestado localizado em Castro, Paraná, recebeu a visita de representantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de questões fundiárias do Paraná.
A comunidade recebeu as autoridades responsáveis pela CPI cujo objetivo oficial foi verificar se as ordens judiciais de reintegrações de posse e regularização fundiária de áreas públicas e privadas, rurais e urbanas em todo estado estão sendo cumpridas.
Após a recepção houve uma reunião para apresentar a situação do acampamento que encontra-se citado no processo.
Joabe Mendes da direção estadual do MST, expôs toda situação da área e também de todo o estado. Mendes questionou os representantes quanto as desigualdade de julgamento em relação aos movimentos sociais. Os mesmos questionamentos vieram da comunidade que entregou provas documentadas de irregularidades praticadas pela Fundação ABC, que ocupava ilegalmente a área até 2015, para os representantes da CPI.
Marcio Pauliki, presidente da CPI, frisou em sua fala que o objetivo da Comissão é realizar mais despejos, prova disso é já aconteceram o dobro de despejos esse ano em comparação ao ano de 2016. O mesmo, após intensos debates com a comunidade, se comprometeu a ser imparcial no relatório final, exigindo assentamento para todas as famílias acampadas no estado.
A atividade contou também com a presença do deputado Péricles de Mello (PT) que prestou apoio ao Movimento e se colocou à disposição para apoiar a Reforma Agrária.
Já Professor Lemos, membro da CPI e apoiador da Reforma Agrária, se apresentou como uma das pessoas que trabalhará para que a Reforma Agrária seja realizada no Paraná.
“A Reforma Agrária é uma questão de politica social, por isso, não pode ser tratada com forças policiais. Devemos seguir a Constituição de 88 e tratar esse tema com o devido cuidado e respeito que merece”.
Histórico
O acampamento Maria Rosa do Contestado foi fundado por 150 famílias Sem Terra na fazenda do Cipó em 24 de agosto de 2015. O local é propriedade da União, mas na época da ocupação estava sendo utilizada ilegalmente pela Fundação ABC, uma empresa de pesquisas filiada às cooperativas Castrolanda, Arapoti e Batavo.
Desde abril de 2014 havia um pedido de reintegração de posse contra a fundação ABC, com multa diária de R$ 20 mil reais, mas somente após a ocupação da área pelo MST, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) declarou interesse social no local para fins de Reforma Agrária.