MST ocupa a Cemig por acesso à eletrificação rural

Na manhã desta quarta-feira, trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra ocuparam as instalações da empresa para cobrar, entre outras coisas, a quitação do passivo de 47 mil instalações elétricas no campo.

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Por Geanini Hackbardt
Da Página do MST
Fotos: Dowglas Silva

 

O MST ocupou a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) na manhã desta quarta-feira (8), para reivindicar a instalação elétrica em áreas de Reforma Agrária e em todo interior do estado.

De acordo com o dirigente estadual do MST, Silvio Neto, a Cemig possui uma dívida com o campo. “Há um passivo de 47 mil instalações elétricas por ano em Minas Gerais. Nossas áreas estão nessa conta e a empresa não possui nenhum plano para cumprir essa demanda”, destacou.

O movimento reivindica também a complementação do Projeto Semeando Agrofloresta, vinculado ao programa Plantando o Futuro do Governo do Estado. O projeto prevê a construção de oito viveiros de mudas em diferentes regiões do estado, com capacidade para produzir milhões de mudas de árvores nativas para reflorestamento e a geração de renda nos assentamentos.

“Apenas metade dos recursos foram disponibilizados pelo Governo do Estado. Estamos deixando de plantar 800 mil mudas este ano. A Cemig precisa assumir isso para que possamos continuar o trabalho de preservação. Nesse caso, ela também se beneficia,  porque dá conta do gigantesco passivo ambiental da empresa”, cobrou Neto.

 

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O dirigente Sem Terra adverte ainda que a privatização das usinas pelo governo golpista de Michel Temer é um sinal para o descumprimento dos acordos com o movimento e uma ameaça aos trabalhadores.

“Não queremos que a Cemig siga os passos da Vale, que além de passar por cima dos trabalhadores, comete crimes como o que aconteceu há dois anos em Mariana. A empresa precisa garantir nosso direito de acesso à energia antes que seja desmontada pela privatização. Além disso, Minas Gerais não pode se entregar ao desmonte dos direitos trabalhistas, aqui ainda existe um projeto democrático em curso no governo. Manter as garantias democráticas dos trabalhadores é uma questão de coerência “, apontou.

 

*Editado por Leonardo Fernandes