Do Corpo da Terra: Filme do Setor de Saúde do MST é premiado em festival
Por Leonardo Fernandes
Da Página do MST
“A demanda por dignidade, longevidade e pertencimento nos mostra a ancestralidade da cura pelo feminino, que há gerações sana as estruturas físicas e emocionais da nossa sociedade”, diz um trecho da sinopse do filme ‘Do Corpo da Terra&”39;, da diretora Julia Mariano.
A produção, com pouco mais de 20 minutos de duração, retrata como quatro mulheres do Coletivo de Saúde do MST mudaram suas vidas na relação com a terra e com seus corpos. O filme recebeu uma ‘menção honrosa’ no Festival Taguatinga de Cinema, que teve sua 12ª edição realizada entre os dias 1 e 4 de novembro.
Mercedes Zuliani, integrante do Setor de Saúde do MST, explica que a produção foi pensada de maneira coletiva, a partir de temas que surgiram da própria vivência entre as mulheres Sem Terra, em parceria, com profissionais do campo do cinema. “Com vivências, estudos e debates chegamos a esta produção e que nos traz elementos centrais da relação entre a luta pela terra e Reforma Agrária e a luta pela saúde”.
Segundo Zuliani, o filme e o reconhecimento dele no universo do cinema, fortalece a luta dos trabalhadores Sem Terra pelo direito à saúde, que também é parte do projeto de Reforma Agrária Popular. “É um filme muito didático e nos convida a refletir sobre nossa realidade e suas contradições. Perceber que a nossa luta pela saúde envolve a necessidade de lutar pela terra, pelo território, construindo novas relações sociais e de gênero, construindo e retomando as formas de cuidado tradicionais e populares e garantindo nossos direitos no SUS. São avanços na construção da sociedade que queremos.”
O Setor de Saúde do MST se orienta por três objetivos centrais: a organicidade, o trabalho em saúde e a luta. “Para isso, é fundamental que nos organizemos coletivamente para denunciar o desmonte da saúde pública e do melhor sistema de saúde que a classe trabalhadora construiu que é o SUS”, destaca Zuliani.