Acampamento Paulo Freire sofre incêndio criminoso em Sumé, na Paraíba
Por Thaís Guedes
Da Página do MST
Na tarde deste domingo (17), por volta das 16 horas, o acampamento Paulo Freire, localizado no município de Sumé, na região do Cariri Paraibano, sofreu um incêndio criminosos. O acampamento está localizado às margens da BR 412 e reivindica uma das propriedades improdutivas da família Maia.
As 30 famílias acampadas as margens da BR 412 foram surpreendias com o fogo. Com a ajuda da vizinhança, as chamas foram contidas pelos acampados, entretanto cinco barracos foram queimados, tendo nove famílias prejudicadas com a queima de todos os seus pertences, pessoais e alimentos. Por sorte, não houve vítimas fatais e feridos.
Crimes como este fazem parte do conjunto de ameaças e ofensivas feitas por parte de um arrendatário e por herdeiros da propriedade aos agricultores, que resistem por um pedaço de chão. O acampamento, com três anos de história de luta, reivindica esta propriedade há oito meses.
Apesar de a família proprietária estar com processo administrativo no Instituto Nacional de colonização e Reforma Agrária (Incra) e processo de desapropriação na justiça, insistem em arrendar a propriedade também no intuito de intimidar os trabalhadores.
Segundo Eva Vilma, da direção estadual do MST, o município de Sumé ressalta a lógica desigual da concentração de terras. “Estamos em uma situação em que a cidade de Sumé, na distribuição territorial do município, 76% das terras está concentrado nas mãos de 6% da população, o que explica um fato desses que nos aconteceu, onde trabalhadores Sem Terra lutam por um pedaço de chão para dar continuidade às suas vida”, declara.
“Enquanto essas terras estiverem concentradas nas mãos de poucos, o desenvolvimento do município fica submisso às regras do latifúndio. Se essas terras fossem distribuídas à população de Sumé, as famílias dos agricultores estariam sendo beneficiadas de fato, movimentando e gerando renda para o município”, completou Vilma.
Dois homens suspeitos, um aparentando ser menor de idade, foram vistos no local. A Polícia Militar, acionada desde o domingo para fazer a perícia do crime ainda não foi ao local.
Mesmo frente a essa situação, em que trabalhadores e trabalhadoras estão vulneráveis a qualquer tipo de violência, física e psicológica, as famílias continuam resistindo na luta por terra.
*Editado por Rafael Soriano