MST repudia atos de violência no acampamento Independência Camponesa no RN
Da Página do MST
Na noite dessa sexta-feira (23), cerca de 50 famílias do acampamento Independência Camponesa, localizado as margens da barragem de Tabatinga, no município de Macaíba, é atacado por pistoleiros encapuzados.
Os trabalhadores foram ameaçados por disparos, dentre os quais atingiram os pneus de um carro de um acampado, anunciando que as famílias tinham uma semana para sair do acampamento.
Para o MST, essa ação trata de uma ação típica dos latifundiários da região, e a predisposição do Movimento é responder a violência com organização e resistência das famílias.
Confira a nota:
O MST vem a público denunciar e convocar os órgãos competentes, organismos de defesa dos direitos
humanos e a sociedade civil, para que se manifestem sobre mais uma ação de violência contra os povos do
campo, dessa vez, cometida contra mais de 50 famílias do acampamento Independência Camponesa,
localizado as margens da Barragem de Tabatinga, no município de Macaíba (RN).
Na noite dá última sexta-feira (23) por volta das 21h, as famílias foram surpreendidas com a chegada de quatro homens encapuzados, com roupas camufladas, que atacaram o acampamento com tiros que acertaram os barracos e um carro que servia de ambulância para o acampamento. Também foram feitos disparos para o
alto, sob anúncio de ameaças. Nelas, os homens diziam que as famílias têm uma semana para sair do acampamento. Mais uma típica ação de violência do latifúndio do nosso país.
O acampamento está localizado em uma área de conflito. As famílias estão ocupando uma área pública, que já foi desapropriada e que não cumpre nenhuma função social. Os Sem Terra esperam que a área seja destinada para a Reforma Agrária, para que assim, possam viver, trabalhar e produzir alimentos saudáveis para a região. Ademais, as famílias não estão sob nenhuma ordem judicial de reintegração de posse.
Os conflitos no campo vêm de longa data no Brasil, estão presentes em todo o território nacional. Os dados da
violência mostram que com a ruptura democrática promovida pelo golpe que rasgou a Constituição Federal de 1988 e que foi promovido pela Rede Globo, pelo Congresso Nacional – com forte apoio da bancada ruralista e com a conivência do Poder Judiciário, liberou e aprofundou as forças mais reacionárias do latifúndio e do agronegócio.
Nesse sentindo, atribuímos esse conflito, bem como o aumento da violência no campo ao governo golpista. Esse governo que violenta as milhares de famílias acampadas, sujeitando-às a permanecerem em baixo de lonas e lidar com ações de truculências como a ocorrida.
Quando o Estado Brasileiro bloqueia a Reforma Agrária no Brasil, desmonta políticas públicas, e criminaliza a luta dos povos do campo.
Por isso, denunciamos e reivindicamos que o Poder Judiciário e o Ministério Público Federal (MPF), cumpram com o seu dever constitucional de apurar os fatos, punindo os responsáveis e assegurando as famílias. Também exigimos que o Governo Federal através do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) , destine a área para as famílias acampadas.
O MST continuará organizando as famílias na luta por Reforma Agrária Popular para que a terra seja democratizada, respeitando a natureza, e produza alimentos saudáveis para o povo do campo e da cidade.
Lutar, Construir Reforma Agrária Popular!
25 de Fevereiro de 2018, Movimento dos Trabalhadoras/es Rurais Sem Terra – RN