“O estudo permanente é tarefa central na luta de classes”, afirma dirigente do MST

Em entrevista, Antônio Martins, do MST, fala das tarefas da formação política na construção da Reforma Agrária Popular
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Encontro Intersetorial no baixo sul da Bahia.

 

Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Desde o início de janeiro, o MST tem realizado vários Encontros Intersetoriais em toda Bahia com o objetivo de debater coletivamente os desafios impostos à luta pela terra nas dez regiões onde o Movimento está organizado. A partir das realidades de cada localidade, as atividades têm pensado o processo de formação e organização das mulheres, da juventude, dos Sem Terrinha, o trabalho de base, a saúde popular e a produção agroecológica. Em todo estado, o Movimento vai realizar até o início de abril cerca de 12 atividades.

Antônio Martins, do setor de formação, tem contribuído com os intersetoriais, junto com os demais setores do Movimento, e em entrevista para nossa página fala das tarefas da formação política na construção da Reforma Agrária Popular, sem perder de vista, o atual momento de instabilidade democrática e retirada de direitos da classe trabalhadora através das medidas antipopulares do governo Temer.

Para ele, os intersetoriais cumprem a função de pensar o processo organizativo do Movimento, mas também é um espaço de estudo e formação política dos sujeitos que constroem a luta. “Nossos encontros foram criados com o objetivo de debater, planejar, provocar e propor ações, para aprofundar o conhecimento sobre como funciona nossa sociedade e ampliar nossos espaços de luta política em defesa da Reforma Agrária”, explica.

Confira a entrevista na íntegra

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Antônio Martins, do setor de formação do MST. 

Os Encontros Intersetoriais são realizados todos os anos pelo MST na Bahia. Qual o objetivo dessas atividades para o conjunto da organização?

Os intersetoriais são a base de sustentação orgânica do nosso Movimento.  Eles foram criados com o objetivo de nós, dos setores, terem a oportunidade de debater, planejar, provocar e propor ações com o objetivo de coletivizar as iniciativas e, juntamente, debater com as famílias assentadas e acampadas, que compõe a base da nossa militância. A ideia é articular a formação em torno de temas que são centrais para construção da Reforma Agrária Popular.

Como é que você avalia a programação organizada nos encontros?

Cada região da Bahia tem suas particularidades.  No Extremo Sul temos um ponto de vista diferente do Norte, por conta dos enfrentamentos e como o agronegócio explora os trabalhadores e trabalhadoras.  […] No geral, a programação dos encontros tem apontado desafios da luta no campo da política, da reforma agrária e as tarefas que temos para barrar esse governo golpista que nos impõe mais lutas.

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Mística durante formação no norte baiano.

Que desafios são esses?

Acredito que a base de nossos desafios é a tarefa de forjar novos quadros políticos e é importante impulsionar a tarefa do estudo permanente. A partir disso, outros desafios se apresentam, como conhecer na prática e na teoria a realidade de nossas regiões; e fazer com que a Reforma Agrária Popular seja implantada em nosso país.

Que tarefas estão sendo projetadas à militância a partir dos intersetoriais?

As tarefas são as que o nosso programa agrário define. Entre elas temos que combater o latifúndio e realizar ocupações de terra; qualificar nossa militância no campo da formação política. Precisamos também debater as questões relacionadas as nossas escolas, a comunicação, as mulheres e a juventude. Temos que divulgar. Mostrar a sociedade o que nós temos e o que produzimos.