MST recebe visita de intercâmbio do Movimento de Reconstrução Rural

Entre os dias 9 a 11 de março a militante chinesa Sit Tsui Jade conheceu as experiências dos acampamentos produtivos do MST no Espírito Santo
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Divulgação/MST

 

Por Mariana Motta

Da Página do MST

 

Aumentar a produção de alimentos saudáveis das áreas de acampamentos é um dos objetivos das experiências que fazem parte da construção do projeto de Reforma Agrária Popular. Seguindo o modelo que se espalha na Bahia, o MST vem organizando as 410 famílias acampadas nos municípios de Aracruz e Linhares, no Espírito Santo, em uma nova proposta de acampamentos produtivos.

A experiência tem apresentado êxito, já que o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão público responsável pelo cadastramento, assentamento e fornecimento de cestas básicas para as famílias, há anos não vem cumprindo sua responsabilidade.

“A opção por organizar os acampamentos para que cada família possa a ter um lote para a produção de alimentos tem sido a saída encontrada para resistir na luta pelo direito à terra, a moradia a alimentação saudável”, explica a dirigente do setor de produção, cooperação e meio ambiente do MST, Jocimara Batista de Souza.

A proposta está se consolidando enquanto fortalecimento da luta pela terra. Além do comércio de alimentos nos municípios próximos, a produção de diversos produtos como plantas ornamentais e medicinais também está a todo vapor. Dentro desta perspectiva o Movimento de Reconstrução Rural da China (MRRC) esteve no Espírito Santo para conhecer os novos acampamentos.

O MRRC tem o objetivo de organizar jovens migrantes para que estes possam voltar para suas vilas de origem. A iniciativa perpassa pela preocupação com a reconstrução de novas oportunidades de trabalho e renda para estes jovens no campo.

Na programação do intercâmbio foram realizados debates sobre a questão agrária no Brasil e na China, os danos do uso de agrotóxicos e os benefícios da agroecologia na construção da soberania alimentar como alternativa saudável e com melhor resultado socioambiental.

Para a dirigente do setor de formação do MST-ES, Renata Moreira: “o processo de formação com o intercâmbio entre experiências produtivas e de resistência fortalece os movimentos camponeses do Brasil e da China no sentido de um novo projeto para o campo e para a sociedade como um todo.”

Já para o dirigente estadual do MST, Rodrigo Gonçalves a Reforma Agrária é uma das principais políticas para a promoção da melhoria da qualidade de vida.

No Espírito Santo existem 14 acampamentos, num total de 810 famílias acampadas, das quais 410 estão organizadas dentro desta nova proposta, em terras que agora cumprem sua função social só com a Reforma Agrária é possível oferecer qualidade de vida e igualdade para essas pessoas”, afirma.