Com pesar, MST se despede de Marta Pernambuco
Da Página do MST
É com pesar e imensa tristeza que nós, do Movimento dos/as Trabalhadores/as Rurais Sem Terra, recebemos a notícia do falecimento da educadora, militante e amiga Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco, ocorrida na manhã de hoje (14), em São Paulo.
Marta construiu uma valorosa história na luta por uma educação libertadora, do qual, integrou de 1989 a 1992, a equipe de assessores do Movimento de Reorientação Curricular concebido durante a gestão de Paulo Freire na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, bem como, várias assessorias a administrações populares, municipais e estaduais, atuando, principalmente nos temas da formação de educadoras/es, educação do campo, e ensino em ciências naturais e educação ambiental.
Há 34 anos, Marta Pernambuco dedicou-se ao departamento de Educação e na Pós Graduação de Educação, e entre 2002 e 2006, junto ao MST, foi a grande impulsionadora da I Turma de Pedagogia da Terra Nordeste – Turma Bernardo Marin, através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), compondo a Coordenação Política e Pedagógica, e dando o ponta pé inicial para abertura de várias outras parcerias e construções de cursos como o magistério, enfermagem e controle ambiental, no Rio Grande do Norte.
Nós, do MST/RN, somos eternamente gratos por sua contribuição, determinação, esforços e efetiva participação, seja com sua contribuição teórica em se debruçar acerca da Educação do Campo, as tarefas práticas de limpeza do galpão do assentamento, onde inicialmente, ocorria às aulas, dando grandes exemplos do significado da práxis política, e na prática dos princípios socialistas, de solidariedade, crítica incisiva e fraternal, sempre com a grandeza de saber ouvir e repensar suas opiniões e posicionamentos políticos, considerando e acreditando no potencial transformador do nosso Movimento.
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte perde uma grande mulher intelectual, o MST perde mais que isso, uma companheira inspiradora da luta e da vida. Ela assim como as/os Sem Terra plantava sementes que ficam como legado.
Lembraremos sempre da professora Marta, como uma mulher determinada, enérgica, que tivemos o prazer de conviver e compartilhar as tardes nos assentamentos, os cafés do Centro de Formação Patativa do Assaré, e o trabalho e luta incansável, pela Educação do Campo, e uma Educação Libertadora para nosso povo, nossa classe. Reafirmamos nosso compromisso, de cultivar sua práxis e exemplo na luta por Reforma Agrária Popular, tendo como horizonte o socialismo, um mundo melhor para os que lutam e sonham.