MST leva diversidade de produção orgânica em eventos de economia solidária
Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST
Quem passou pela 25ª Feira Internacional Jubilar do Cooperativismo (Feicoop) e 3ª Feira Mundial de Economia Solidária (EcoSol) pôde ver de perto a produção dos assentamentos da Reforma Agrária do Rio Grande do Sul. Os eventos, que são organizados pelo projeto Esperança/Cooesperança, aconteceram de 12 a 15 de julho na cidade de Santa Maria, na região Central do estado.
O MST expôs mais de 100 itens, oriundos de assentamentos de todas as regiões, num espaço chamado Túnel da Reforma Agrária. Quem esteve lá pela segunda vez foi Neimar Della Libera, 37 anos, morador do Assentamento Nova Estrela, localizado no município de Vacaria, na região Serrana.
Ele levou para comercialização farinha de milho crioulo, vinho e feijão, todos orgânicos e produzidos coletivamente por três famílias. “Aqui o espaço de comercialização é grande e dá para ver diferentes culturas e produtos, inclusive a diversidade que há de alimentos orgânicos. A sociedade está cada vez mais atrás disso”, destaca.
Além de seus produtos, Neimar ajudou a vender outros itens que são produzidos por seus vizinhos, como suco, vinagre, condimentos e medicamentos alternativos. Ele conta que as famílias produzem uma grande diversidade no assentamento. “São mais de 150 toneladas por ano de amora, e temos experiências com mirtilo e framboesa. Usamos nosso milho para termos ovo caipira, carne e banha de porco. O autossustento ainda está em primeiro lugar no assentamento, mas o excedente da produção é comercializado a cada 15 dias no Mercado Público de Vacaria”, conta.
Quem também esteve entre as 13 bancas do MST no Túnel da Reforma Agrária foi dona Nilsa Padilha, 55 anos.
Ela, que mora no Assentamento Filhos de Sepé, situado em Viamão, na região Metropolitana de Porto Alegre, foi pela primeira vez aos eventos de economia solidária em Santa Maria, onde comercializou chimias de goiaba, de pêssego, de abóbora e de abóbora com laranja, além de compota de pêssego, doce de leite e sucos de frutas orgânicas. “Tudo é feito lá em casa e de forma manual, sem o uso de máquinas”, diz.
Ela afirma que a sua participação nas feiras serviu de experiência para se organizar melhor para as próximas edições. “Gostei muito, porque observei no geral o que aconteceu, e não imaginava que fosse tão grande. Da próxima vez vou preparar mais doces e outros produtos que tenho para trazer, como sementes de hortaliças, chia e feijão”, finaliza.
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