MST realiza Jornada Nacional com duas ocupações e marcha, na Paraíba
Por Thaís Peregrino
Da Página do MST
A Jornada Nacional de Lutas por Terra, Reforma Agrária e Justiça se iniciou em todo país: trabalhadores de todos os estados do país realizam ao longo da semana uma agenda de ações e mobilizações. Na Paraíba, a jornada já mobilizou mais de 700 famílias de trabalhadores e trabalhadoras em ocupações e com uma grande marcha que atravessou a cidade.
Mais uma vez, a Jornada Nacional de Lutas está pautando a Reforma Agrária, reivindicando assentamento imediato a todas as famílias Sem Terra. Na noite dessa segunda-feira (23), 500 famílias de acampamentos e assentamentos do estado chegaram à capital, João Pessoa, e ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
A ocupação, além de exigir a criação de novos assentamentos no estado, reivindica que as demandas de políticas de Reforma Agrária nas comunidades sejam atendidas, tais como o crédito e assistência técnica para a produção.
Já na madrugada dessa terça-feira (24), 150 famílias Sem Terra reocuparam as fazendas que pertencem à família dos golpistas Zé Maranhão, senador pelo MDB-PB, e do deputado federal Benjamin Maranhão. As fazendas Volta e Carnaúba ficam localizadas no município de Tacima e não cumprem sua função social. O MST reivindica os três mil hectares de terra improdutivos.
As duas fazendas já haviam sido ocupadas durante a jornada de lutas de abril, entretanto, sofreu reintegração de posse e as 200 famílias que lutavam por um pedaço de chão foram despejadas.
Segundo Paulo Sérgio, da direção do MST, as fazendas da família Maranhão marcaram a região pela exploração e expulsão dos trabalhadores do campo.
“A fazenda Volta e Carnaúba, as duas somam três mil hectares de terra, são terras improdutivas, que não geram emprego e não cumprem sua função social. Para além disso, é uma área que historicamente teve grande exploração dos trabalhadores e que expulsou muitos da propriedade. Agora essas famílias estão se organizando na região e reivindicando essa área”, conta Paulo.
Além das ocupações, os Sem Terras na Paraíba realizaram uma grande marcha que atravessou a cidade de João Pessoa. A marcha contou com a presença de mais de 500 famílias. Durante todo trajeto, o Movimento denunciou a politização do judiciário, com palavras de ordem pela soltura do presidente Lula. Os manifestantes denunciam a condenação sem provas do presidente Lula, que está sendo movimentada para impedi-lo de se candidatar.
A marcha também denunciou o pacote do veneno de Temer, que ameaça aprovar o uso e comercialização de substâncias já proibidas no país. E mais uma vez trouxe para a cidade o debate sobre a necessidade da Reforma Agrária Popular para uma sociedade mais justa e igualitária.
Segundo, Eva Vilma, também da direção do estado, as marchas do MST dão visibilidade à luta do Movimento.
“A marcha é uma ferramenta de visibilidade, nosso povo desafia o próprio corpo, caminham quilômetros enfileirados, mostrando nossos símbolos, nossas palavras de ordem, dando visibilidade ao nosso Movimento e mostrando que estaremos em luta”, diz.
Para Eva, a marcha que cruzou a cidade durante a manhã de hoje cumpriu todos os objetivos. “A marcha hoje cumpriu os objetivos, vimos o a solidariedade e interesse da sociedade a todo tempo, por isso, conseguimos trazer o debate das pautas do campo e da reforma agrária para os trabalhadores da cidade, esse foi nosso intuito”, completa.
*Editado por Rafael Soriano