Manifesto das comunicadoras populares da Marcha Nacional Lula Livre

Nos comprometemos em lutar para que a comunicação seja uma plataforma de luta em defesa da Reforma Agrária Popular, pela democracia e contra a violência, o racismo, o sexismo, a LGBTfobia e todo tipo de opressão no no campo e na cidade.

 

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Assembleia de Comunicadoras/es Populares “Ulisses Manaças”. Foto: Matheus Alves 

 

Da Página do MST 

Nós, mais de 70 comunicadoras e comunicadores populares da Marcha Nacional Lula Livre, viemos por deste manifesto afirmar nosso compromisso na luta por democracia, liberdade e justiça social em nosso país.

Quando nos colocamos em marcha junto com as nossas organizações para caminhar por mais de 50 km em três colunas rumo à capital federal, Brasília, foi por entendermos que a comunicação deve estar a serviço do povo e para o povo, principalmente no atual cenário político.

Durante quatro dias de caminhada, fomos o coletivo que buscou comunicar para toda a sociedade como se materializa essa sede de justiça das trabalhadoras e trabalhadores em marcha. Ao ser parte desse momento, construímos a nossa própria versão das história. Aquela que não é contada pela burguesia e sim pela classe trabalhadora.

A mídia burguesa sempre cumpriu o papel de partido ideológico da classe dominante, que se aprofunda com o golpe de 2016 e com a prisão arbitrária de Lula, em abril deste ano. Nesse sentido, quando nos deparamos com esse ataque a nossa democracia, sentimos ainda mais a necessidade de afirmar que não é possível lutar por um país democrático sem colocar a democratização da comunicação também como pauta política.

Entendemos que no cotidiano da construção da comunicação popular essa luta já é uma prática diária, pois buscamos dar voz e protagonismo para a classe trabalhadora, historicamente excluída na sociedade, a partir dos nossos instrumentos de comunicação.

No entanto, nós sabemos que a liberdade de expressão, por si só, não basta. Comunicar é um direito humano fundamental dentro de uma sociedade democrática, que vai para além do acesso à informação. É preciso que o povo tenha as condições concretas e objetivas de construir sua própria comunicação, baseada em valores como a coletividade, a solidariedade, a fraternidade, a valorização do humano, da igualdade e do internacionalismo.

Assim, nos comprometemos em seguir fortalecendo os meios de comunicação popular já existentes de norte a sul do país, pois entendemos que estes são instrumentos de luta política na batalha das ideias colocada no atual cenário.

Nos comprometemos em lutar permanentemente para que a comunicação seja uma plataforma de luta direta em defesa da Reforma Agrária Popular, pela democracia e contra a violência, o racismo, o sexismo, a LGBTfobia e todo tipo de opressão no campo e na cidade.

Nos comprometemos também com a construção de um país soberano. Por isso, nos comprometemos com a construção da unidade, que é mais que uma aproximação entre os meios de comunicação populares. Precisamos garantir a unidade como um princípio político para que a luta popular se fortaleça nas diversas dimensões de produção e reprodução da vida. A nossa marcha é o primeiro passo para essa construção.

Lutar! Comunicar! Construir o Poder Popular!
Brasília, 15 de agosto de 2018