Acampamento Maria Rosa do Contestado realiza 1ª Feira da Semente Crioula, no Paraná

A Feira também comemorou três anos do Acampamento, que já colhe os frutos da produção agroecológica
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Divulgação MST

 

Por Maria Francelino
Da Página do MST

No último domingo (19), em Castro, no Paraná, o acampamento Maria Rosa do Contestado do MST realizou a primeira Feira da Semente Crioula da cidade. O encontro também foi de festa em comemoração aos três anos da ocupação da área e de produção agroecológica.

“Nós nos organizamos por grupos e cada um doou sua contribuição. Era a maionese, o arroz, o seu trabalho. Os jovens ornamentaram, os homens assaram a carne, os produtores venderam, todo mundo ajudou com o que conseguiu; contou Dona Iraci, moradora da comunidade.

 

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                         Divulgação MST

A festa começou de manhã com uma mística, que trouxe o debate da produção orgânica e o contexto histórico da luta pela Reforma Agrária no município.

“Célio Meira, agricultor e integrante da coordenação do acampamento, contou que a organização da festa foi uma batalha política na cidade. Buscamos ajuda de entidades públicas  da cidade para ajudar no projeto da festa, mas percebemos que não os interessava. Castro é uma cidade conhecida pela atuação do agronegócio e a produção agroecológica contrapõe os interesses econômicos do mercado agropecuário”, afirmou Célio Meira.

E completa: “Em 2018, a cidade de Castro comemora 240 anos. A região  é expressiva na atividade agropecuária, com muitos produtores de grãos. Essa festa foi um ganho quando falamos em expor uma nova proposta de produção à população castrense e a toda região”. 

Contexto da ocupação

A ocupação da área aconteceu em 24 de agosto de 2015. Na ocasião,  cerca de 150 famílias Sem Terra ocuparam a fazenda Capão do Cipó, de propriedade da União, mas, que na época, estava sendo utilizada ilegalmente pela Fundação ABC, uma empresa de pesquisas filiada as cooperativas Castrolanda, Arapoti e Batavo.

Desde abril de 2014 havia um pedido de reintegração de posse contra a fundação ABC, com multa diária de R$ 20 mil reias. Mas, somente após a ocupação da área pelo MST, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) declarou interesse social para fins de reforma agrária, com o projeto de transformar as terras em assentamento, com referência na produção agroecológica e familiar.

 

*Editado por Maura Silva