No dia internacional da alfabetização, MST reforça compromisso com o saber

"Sempre é tempo de aprender, sempre é tempo de ensinar", baseado nesse princípio o MST já levou o método cubano de alfabetização para 14 estados
Foto - Flávio Vermelho (4).jpg
Fotos Flávio Vermelho 
 
 
Por Agatha Azevedo 
Da página do MST 

Com bases na pedagogia de Paulo Freire, o setor de educação do MST tem como linha política a emancipação dos sujeitos através da educação para a liberdade, e é por isso que a construção do saber em forma de leitura e escrita é tão importante. Desde 2005, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra aplica no Brasil o método cubano “Sim, eu posso!” que já alfabetizou 9,8 milhões de pessoas no mundo. 

A Jornada se referencia em Leonela Relys, que foi a criadora do método em Cuba, e auxiliou nas brigadas nacionais de alfabetização. Humanista e disciplinada, ela tinha apenas 13 anos quando se aventurou nos confins da Cuba revolucionária com a missão de erradicar o analfabetismo, e formatar um método que pudesse ser internacionalista e solidário com os países vizinhos.

Alfabetizar respeitando os saberes de cada pessoa e, principalmente, entendendo que não saber ler e escrever é um problema coletivo e social é entender que, como estrutura que se pretende instrumento político revolucionário, o MST tem a responsabilidade e a obrigação de se somar às trincheiras da alfabetização. Segundo Taíse Farias, que é do setor de educação do MST e foi uma das coordenadoras da Jornada de Alfabetização na Bahia: “Cada trabalhador alfabetizado, para nós é uma conquista”. 

Para o MST, “esse projeto é mais do que um projeto de alfabetização, pois mais do que aprender a ler e escrever, o &”39;Sim, eu posso!&”39; é projeto cultural que revoluciona no campo dos valores e princípios e forma sujeitos capazes de compreender a sua realidade e intervir nela”, explica Dandara Araújo, do coletivo de cultura do MST, e uma das coordenadoras da Jornada em Minas Gerais . 

Ao longo destes 13 anos, o método que associa letras e números e permite a alfabetização em apenas três meses já percorreu os estados do Piauí, Maranhão, Alagoas, Ceará, Rio de Janeiro, Amapá, Bahia, Pernambuco, Pará, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Sergipe, e neste ano, chegou a Minas Gerais. No estado, o método tem turmas nos oito municípios com maior índice de analfabetismo, e pretende terminar o método nas próximas semanas com a meta de mais de 1000 educandos lendo e escrevendo.