Sem Terra conquista segundo lugar na etapa estadual do JERGS
Por Maiara Rauber
Da Página do MST
O esporte é prática fundamental na vida escolar dos estudantes em todos os estados brasileiros. A cada ano são realizadas diversas competições com objetivo de fomentar a prática para fins educativos, possibilitar a identificação de talentos esportivos e contribuir para o desenvolvimento integral do aluno como ser social, democrático e participante, estimulando o pleno exercício da cidadania.
Carina Teixeira Schulz, 16 anos, faz parte disso. Ela estuda no 2º ano na Escola Estadual de Ensino Médio Deputado Adão Pretto, em Piratini, na região Sul do Rio Grande do Sul. Neste ano, a filha de assentados do MST, conquistou o segundo lugar no atletismo na fase estadual dos Jogos Escolares do RS (Jergs).
Com o incentivo dos pais, professores e da escola, Carina teve a oportunidade de competir no esporte em que mais tem afinidade: a corrida. A atleta participou de outras duas modalidades além dos 3000 metros de atletismo: o bastão e a corrida de 100 metros.
A edição deste ano iniciou no dia 3 de junho. Carina passou por três fases: a municipal, a regional e a estadual. Nessa última, que foi realizada na cidade de São Leopoldo, na região Metropolitana de Porto Alegre, no dia 14 de setembro, a estudante conquistou a segunda colocação.
O professor de Educação Física, Fábio Neitzke, contou à Página do MST como foi preparar Carina para o Jergs. Antes da competição, a atleta repetiu várias vezes seu treino com o objetivo de obter maior aproveitamento na atividade. “Eu passava os treinos e ela praticava nos horários fora de aula. A aluna estudava de manhã e treinava à tarde” relata. Nessas ocasiões, de acordo com o professor, Carina corria até cinco mil metros para facilitar na competição de três quilômetros.
Conforme a estudante, sua mãe, Catarina Machado Teixeira, foi a pessoa mais importante nesse processo. Sua família é assentada há dezoito anos e produtora de alimentos ecológicos, como hortaliças, frutas, milho, batata, carne e leite. Seus pais tiveram como intuito morar no campo e fazer parte do MST, para ter acesso aos orgânicos, boa saúde e bem-estar.
Catarina parou seus afazeres para acompanhar a filha nos treinamentos e em todas as fases da competição. Ela buscou antes de tudo trabalhar o psicológico da atleta, motivando-a e reforçando alguns objetivos dos esportes. “Ajuda a diminuir a ansiedade, traz benefícios para o corpo e a alma”, pontua. Além disso, a mãe passou a treinar com Carina, correndo junto na estrada de chão, e ofereceu uma boa alimentação em casa.
Para o professor Neitzke, o incentivo que a família propiciou à atleta nessa trajetória foi muito importante e teve impacto direto para o seu bom resultado. “Ela ficou atrás do primeiro lugar apenas por quatro segundos, estava na frente toda a competição. Na ultima curva é que a concorrente ultrapassou Carina, mas no final as duas chegaram juntas”, acrescenta.
Segundo Carina, a sensação de chegar na final estadual é muito boa. “Nossa, amei tudo, principalmente porque minha mãe que sempre me acompanhou estava lá para me abraçar”, finaliza.
*Editado por Maura Silva