Vale do Mucuri leva 30 anos de produção para Festival Estadual

À beira do Rio Mucuri são produzidos feijão, café, alho, cana, mandioca, rapadura e cachaça, mas, o ponto forte dos companheiros e companheiras Sem Terra é a produção de goma e seus derivados

 

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Foto: Maxwell Vilela

 

Por Matheus Teixeira e Agatha Azevedo
Da Página do MST 

Sinônimo de luta pela terra no estado de Minas Gerais, a regional Mucuri, antes conhecida como regional Rosinha Maxakali, é marco das ocupações do MST nas terras mineiras.

A primeira ocupação ocorreu em 12 de fevereiro de 1988 no município de Novo Cruzeiro. Na ocasião, cerca de 300 famílias de 13 cidades vizinhas organizadas pelo MST ocuparam uma fazenda com mais de 700 hectares. E, no local onde não havia nada plantado, as famílias sem terra produziram alimento, arte e cultura.

A Fazenda Aruega teve seu nome ressignificado em 1990, quando a área foi decretada assentamento pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Mas a regional não parou por aí, já que a área não comportava a quantidade de famílias acampadas. A partir do Vale do Mucuri, fundaram-se também novas regionais, como a regional Vale do Rio Doce, entre outras.

No local, existem cinco assentamentos do MST, Aruega, Nova Vida, Santa Rosa, Esperança do Vale e Mãe Esperança, para garantir a comunicação entre os acampamentos duas rádios também ocupam o latifúndio do ar.

À beira do Rio Mucuri são produzidos feijão, café, alho, cana, mandioca, rapadura e cachaça, mas, o ponto forte dos companheiros e companheiras Sem Terra é a produção de goma e seus derivados, como biscoito de polvilho e beiju.

Desta delícia bastante característica, surgem doces, pães, biscoitos e outras saborosas comidas da culinária mineira, que estarão no Festival Estadual de Arte e Cultura da Reforma Agrária, que acontece entre os dias 14 e 16 de dezembro, no Parque Municipal, em Belo Horizonte.