Feminismo, saúde e agroecologia em Santa Catarina

Debate reuniu mulheres Sem Terra para debater sobre a participação feminina no campo
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Grupo de maioria feminina discute o entrelaçamento entre agroecologia, saúde e gênero

Por Coletivo de Comunicação de Santa Catarina
Da Página do MST

Cerca de 50 Sem Terra, em grande maioria mulheres, se reuniram neste final de semana em Catanduvas (SC) para dialogar sobre a relação entre feminismo, saúde e agroecologia.
 

Os dias 2 e 3 de maio foram marcados por muita força e compreensão. O público discutiu a contradição de que muitas mulheres são educadas para serem machistas e severas consigo mesmas, mas que “não podemos perder nossa ternura”, afirmou uma das participantes. “A ternura é uma forma que a gente tem de fazer a luta”*.

Conforme a conversa foi se desenrolando, as ideias se entrelaçavam entre luta, cultivo de plantas, cotidiano e as mais diferentes experiências. “Nos encontros das mulheres eu me encontrei. Cresci num ambiente em que me pai batia e xingava minha mãe, e eu reproduzia isso. Eu mudei participando dos espaços, das palestras, vivendo no acampamento. Eu só tenho a agradecer muito ao MST e a todas vocês”, afirmou outra participante.
 

Antes da troca de conhecimento sobre o cultivo e uso das plantas medicinais, o grupo questionou sobre a forma que entendemos a saúde hoje em dia e os cuidado que precisamos ter diariamente. O debate seguiu sobre a influência das relações sociais e do meio ambiente para uma vida saudável. “Olhamos a saúde na dimensão humana, no olhar coletivo, nas técnicas acumuladas por milênios, ao longo da humanidade”.

Por fim, as participantes puderam entender que agroecologia e feminismo são importantes e estão interligadas. Ao fazer isso, estamos contribuindo para “criar uma materialidade que gere condição para evoluir humanamente, para avançar na sua essência, que é natureza”, completaram.

 

 

 

* Algumas participantes optaram por não divulgar seus nomes no texto.

 

Editado por Fernanda Alcântara